Policiais civis e militares deflagraram, nesta sexta-feira (14), mais uma fase da Operação Contenção, que mira a expansão territorial do Comando Vermelho na Região Metropolitana do Rio. Desta vez, as diligências se concentraram em áreas de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, onde equipes tentam cumprir 16 mandados de prisão e 33 de busca e apreensão. Até a última atualização, oito pessoas haviam sido detidas, e não havia registro de confrontos.
Entre os presos está o vereador Marcos Henrique Matos de Aquino (Republicanos), o mais votado do município nas últimas eleições. Embora não fosse alvo da operação, ele acabou detido em flagrante após policiais encontrarem, no carro oficial da Câmara Municipal, uma arma de fogo registrada em nome de outra pessoa e caixas de medicamentos de uso controlado. Os agentes, na verdade, buscavam o irmão dele, o empresário Luiz Paulo Matos de Aquino, alvo de mandado de busca.
Luiz Paulo, investigado por supostamente integrar o núcleo do Comando Vermelho em Meriti, não foi encontrado em casa. Contudo, ao saber da operação, Marcos Aquino se dirigiu ao endereço e acabou surpreendido com o material ilícito, o que levou à sua prisão. Imagens divulgadas mostram o veículo com as caixas de remédios e a arma apreendida.
A defesa do vereador classificou a prisão como arbitrária, acusando motivações políticas e alegando que a tentativa de associá-lo a atividades criminosas seria uma perseguição devido ao seu trabalho no município. Os advogados afirmaram ainda que tomarão todas as medidas legais para garantir sua libertação. Já a defesa de Luiz Paulo declarou que as ações contra o empresário também teriam caráter político, e sustentou que sua conduta ética afastaria qualquer vínculo com atividades ilícitas. A Câmara de Vereadores de São João de Meriti não comentou o caso.
As equipes policiais atuam na Bacia do Éden, no Castelinho e em áreas adjacentes, com participação de agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Capital (DRE-Cap), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), do Bope e de outras unidades. A ofensiva é resultado de uma investigação de 11 meses conduzida pela DRE-Cap.
Além do cumprimento das medidas judiciais, a operação busca conter o avanço do Comando Vermelho, efetuar prisões de integrantes já identificados, apreender drogas e armamentos, coletar novas provas, identificar bens ilícitos para posterior bloqueio e remover barricadas que restringem a circulação de moradores. Um dos detidos vestia uma camisa com a palavra “Liberdade” no momento da prisão.