Foto: Montagem/g1/Reprodução/TV Globo
Friday, 24 de October de 2025 - 08:44:32
Operação mira suspeitos de planejar morte de promotor e diretor de presídios em São Paulo
ATAQUE FRUSTRADO CONTRA AUTORIDADES

Uma operação deflagrada pela Polícia Civil em cidades do interior paulista busca desarticular um plano de assassinato contra o promotor de Justiça Lincoln Gakyia e o coordenador de presídios Roberto Medina. Segundo as investigações, a ordem para os ataques teria partido da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

A ação, conduzida pela Seccional de Presidente Prudente, cumpre mandados em sete municípios: Presidente Prudente (11), Álvares Machado (6), Martinópolis (2), Pirapozinho (2), Presidente Venceslau (2), Presidente Bernardes (1) e Santo Anastácio (1). A Justiça também autorizou a quebra dos sigilos telefônico e telemático dos investigados para ampliar a apuração e identificar novos envolvidos.

O caso teve início em julho, após a prisão em flagrante de Vitor Hugo da Silva, o “VH”, por tráfico de drogas. A análise do celular apreendido revelou que ele participava de um plano para matar Medina. No aparelho, os investigadores encontraram vídeos, fotos e anotações detalhadas sobre o trajeto diário do diretor de presídios, além de conversas em que os criminosos expressavam receio de serem filmados perto da residência da vítima.

De acordo com a polícia, as mensagens trocadas por VH, somadas às suas ligações com o PCC, indicam que a facção foi responsável por ordenar as execuções. A partir dessa prisão, os agentes chegaram a outros suspeitos, entre eles Wellison Rodrigo Bispo de Almeida, o “Corinthinha”, também integrante do grupo criminoso. Ele foi localizado em Presidente Bernardes, onde havia alugado uma chácara, segundo os investigadores, para monitorar os passos de Medina.

Outro suspeito, Sérgio Garcia da Silva, conhecido como “Messi”, foi detido em 26 de setembro, também por tráfico de drogas. Durante a apreensão, a polícia encontrou um celular escondido sob um travesseiro, com mensagens e capturas de tela que detalhavam o trajeto do promotor Lincoln Gakyia e indicavam o envolvimento dele no plano de execução.

As investigações revelaram ainda que os criminosos chegaram a alugar uma casa a menos de um quilômetro do condomínio onde o promotor vive, em Presidente Prudente. O imóvel servia como ponto de encontro da quadrilha e base para o tráfico de drogas. Imagens aéreas registraram movimentação constante de pessoas no local.

Os investigadores acreditam que o grupo pretendia atacar Gakyia durante o trajeto entre sua casa e o local de trabalho. Até o momento, a polícia afirma não ter identificado relação direta entre esse plano e o assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, embora chame atenção o fato de que ambos começaram a ser seguidos em julho.

As apurações continuam para determinar o alcance da participação da facção e descobrir se há outros alvos na lista do PCC.

Texto/Fonte: G1