A Polícia Civil cumpre nesta quinta-feira (3) mandados de prisão e busca e apreensão na Operação Infirmus, que tem como alvo um servidor público de Curvelândia suspeito de usar um micro-ônibus da Secretaria de Saúde do município para transportar mais de 52 quilos de cocaína com destino a Cuiabá. O investigado, que também é vereador, é secretário de saúde do município.
As ordens judiciais — uma prisão preventiva e duas de busca e apreensão, na residência e no gabinete do investigado — foram expedidas com parecer favorável do Ministério Público, após investigações conduzidas pela Delegacia Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc).
O caso teve início em 18 de agosto, quando o micro-ônibus que transportava pacientes foi abordado pela equipe da Gefron no Trevo do Lagarto, em Várzea Grande. Denúncias anônimas indicaram que o veículo estava carregado com drogas escondidas no bagageiro. Durante a vistoria, foram apreendidos 52 quilos de cocaína acondicionados em caixas de supermercado. Condutor e passageiros prestaram depoimento na Central de Flagrantes e foram liberados, com a confirmação da substância por laudo toxicológico.
As investigações da Denarc revelaram que o vereador entrou em contato com o motorista no dia anterior à viagem e também ordenou a troca do veículo destinado ao transporte de pacientes horas antes da partida. Testemunhas relataram que ele esteve na Unidade Básica de Saúde na noite anterior ao embarque.
Além disso, denúncias indicaram que o investigado teria apagado imagens do sistema de videomonitoramento do pátio da unidade de saúde. Para apurar os fatos, a Delegacia de Mirassol D’Oeste apreendeu o equipamento DVR, encaminhado para perícia no Instituto de Criminalística da Polícia Técnico-Científica (Politec), que identificou supressão de imagens em algumas câmeras.
O delegado Ronaldo Binoti Filho afirmou que as evidências confirmam o envolvimento do servidor no esquema de tráfico de drogas. “Este caso demonstra como criminosos podem se infiltrar em instituições públicas para usar serviços essenciais, como o transporte de pacientes, para atividades ilícitas. Nossa investigação foi minuciosa para garantir que todos os responsáveis sejam identificados e punidos”, destacou.
A investigação segue em andamento para identificar todos os envolvidos no esquema que utilizava o transporte público da saúde para o tráfico de drogas.