O ex-presidente Donald Trump afirmou nas redes sociais que irá assinar nesta segunda-feira (12), às 9h na Casa Branca, uma ordem executiva que reduzirá em 59% os valores pagos pelos americanos por remédios e produtos farmacêuticos. Segundo ele, a medida segue o princípio de “nação mais favorecida” — também chamado de preço de referência internacional —, que iguala os custos dos EUA aos praticados em outros países.
Na postagem em letras maiúsculas, Trump garantiu que, além dos medicamentos, gasolina, energia e alimentos passam a custar menos. Ele criticou o fato de que, por “anos”, os norte-americanos arcaram sozinhos com os elevados gastos de pesquisa e desenvolvimento das farmacêuticas, pagando até cinco vezes mais pelos mesmos produtos fabricados pelo mesmo laboratório em outras nações.
Fontes de lobby ouvidas pela Reuters esperam que o decreto amplie a negociação de preços além dos fármacos já contemplados pela Lei de Redução da Inflação, que permite ao programa Medicare barganhar valores de dez medicamentos — com novas negociações programadas ainda este ano. As farmacêuticas, porém, receiam que o escopo da ordem inclua uma gama maior de remédios.
Alex Schriver, porta-voz da Pharmaceutical Research and Manufacturers of America, reagiu dizendo que “o controle de preços pelo governo é prejudicial aos pacientes americanos”, reforçando a resistência do setor privado a mudanças que afetem sua margem de lucro.
A expectativa de Trump é que, ao padronizar os valores pagos pelos EUA com os do restante do mundo, os custos “aumentarão globalmente para que tudo se iguale”. A assinatura do decreto ocorre em meio a um ambiente político polarizado, em que o tema dos preços de medicamentos costuma mobilizar tanto conservadores quanto progressistas nos EUA.