Em entrevista exclusiva ao Fantástico, os pais de Juliana Marins, brasileira que morreu após cair de um penhasco durante trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, denunciaram falhas graves na conduta do guia e das autoridades locais. Segundo Manoel Marins, o guia deixou Juliana sozinha por cerca de 10 minutos para fumar, e ao retornar, já não a encontrou. Ela só foi localizada novamente às 6h08, duas horas depois do desaparecimento, quando o guia enviou um vídeo ao chefe da empresa de turismo.

A resposta de resgate também é alvo de críticas. O parque onde ocorreu o acidente só acionou uma brigada de primeiros socorros às 8h30, e a equipe chegou ao local apenas às 14h, munida apenas de uma corda. A Defesa Civil da Indonésia foi chamada mais tarde, e só chegou ao local por volta das 19h. Juliana foi encontrada morta dois dias depois. O laudo apontou hemorragia interna por lesão torácica como causa da morte, ocorrida entre 12 e 24 horas antes da remoção do corpo.

Estela Marins, mãe da jovem, declarou estar inconformada com a negligência: “Esses caras mataram minha filha”. O pai, por sua vez, responsabiliza o guia, a empresa de turismo e o coordenador do parque pela tragédia, destacando a demora na resposta e a venda do passeio como uma trilha fácil, sem aviso sobre os riscos reais.

A prefeitura de Niterói, cidade natal de Juliana, anunciou homenagem póstuma, com a nomeação de um mirante em sua memória, além de custear o traslado do corpo, cuja data ainda será definida. A família busca responsabilização judicial pelos envolvidos.