A deputada federal Daniela do Waguinho (União-RJ) entrou com uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando o afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF. A parlamentar, que também é ex-ministra do Turismo, baseia o pedido em um laudo pericial que indica falsidade na assinatura do Coronel Nunes em um acordo firmado no início do ano — documento que sustentou a permanência de Ednaldo no cargo.
Segundo a perícia anexada ao processo, a assinatura de Nunes “não foi realizada de forma livre e consciente e sob plenas faculdades mentais”, levantando dúvidas sobre sua autenticidade. Um laudo anterior, de 2023, do chefe do departamento médico da CBF, Jorge Pagura, reforça essa linha ao afirmar que Nunes não possuía condições físicas e cognitivas para tomar decisões à época.
A petição também faz referência ao artigo 168 do Código Civil, que permite a anulação de atos jurídicos quando comprovada a incapacidade de uma das partes. A perícia foi encomendada pelo vereador carioca Marcos Dias (Podemos), que também acionou o Ministério Público Estadual pedindo investigação.
A autora do laudo é Jacqueline Tirotti, da Tirotti Perícias, escritório que já esteve no centro de outras controvérsias — como nos casos envolvendo o padre Júlio Lancelotti e a apresentadora Ana Hickmann.
O relator do caso é o ministro Gilmar Mendes, que homologou em fevereiro o acordo da CBF com o Ministério Público do Rio de Janeiro e arquivou a ação civil sobre mudanças no estatuto da entidade. Com a devolução do processo pelo ministro Flávio Dino, o julgamento foi marcado pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso, para o dia 28 de maio.
A deputada sustenta que os "fatos novos e de extrema relevância" justificam a reavaliação do acordo e o imediato afastamento de Ednaldo Rodrigues do comando da entidade.