A Polícia Federal concluiu a investigação sobre o ex-deputado estadual Thiego Raimundo de Oliveira Santos, conhecido como TH Joias, e o indiciou por envolvimento com o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (TCP). O relatório final foi encaminhado à 1ª Seção Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no Rio de Janeiro, e será avaliado pelo Ministério Público Federal antes de possível denúncia formal.

TH, que foi eleito pelo MDB e está preso desde setembro, é acusado de nove crimes, incluindo lavagem de dinheiro, corrupção ativa, tráfico de drogas interestadual, evasão de divisas e participação em organização criminosa armada. Segundo a PF, o ex-parlamentar mantinha relações diretas com chefes do tráfico, intermediando operações financeiras e fornecendo equipamentos tecnológicos para as facções.

Antes da carreira política, Thiego ficou conhecido no meio artístico por suas joias usadas por celebridades como Neymar, Vini Jr., Adriano Imperador e Ludmilla. Após a prisão, ele perdeu o mandato na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

A investigação, conduzida pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), aponta que TH e seu grupo faziam negócios com traficantes de alto escalão, entre eles Luciano Martiniano da Silva, o Pezão (CV), e Wallace de Brito Trindade, o Lacoste (TCP). A PF afirma que Pezão recebeu armas para o Complexo do Alemão e que a quadrilha de TH comprou dólares para o criminoso. Já Lacoste teria adquirido um equipamento anti-drone vendido por Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, o Dudu, ex-assessor do deputado.

O relatório também cita a participação de policiais federais, militares e ex-agentes públicos, acusados de colaborar com a quadrilha. Entre os 17 outros indiciados estão:

• Gustavo Stteel, delegado da PF, acusado de integrar a organização criminosa e cometer prevaricação;

• Alessandro Pitombeira Carracena, ex-secretário estadual de Defesa do Consumidor;

• Kleber Ferreira da Silva, ex-PM;

• Rodrigo da Costa Oliveira, cabo da PM; e Leandro Alan dos Santos, ex-servidor do Degase.

Também foram indiciados Jessica de Oliveira Lima, Fernanda Ferreira Castro e Pedro Lucas Bezerra de Carvalho, suspeitos de lavar dinheiro e ocultar bens da quadrilha.

Segundo a PF, parte das operações do grupo envolvia lavagem de valores milionários e movimentações cambiais não autorizadas. As investigações continuam para rastrear o destino dos recursos e possíveis conexões internacionais. O g1 tenta contato com a defesa dos 18 indiciados.