A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (16) o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Seabra, e o ex-diretor da Polícia Federal Rodrigo de Melo Teixeira, atualmente cedido à Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). Teixeira é suspeito de ligação com uma empresa do setor minerário.
As prisões fazem parte de uma grande operação que cumpre 22 mandados de prisão temporária e 79 ordens de busca e apreensão em Belo Horizonte e em outras cidades de Minas Gerais. A Justiça Federal determinou ainda o bloqueio e o sequestro de bens avaliados em R$ 1,5 bilhão. Ao todo, 17 pessoas são alvo de prisão preventiva, das quais 14 já foram capturadas.
Entre os presos também estão Arthur Ferreira Rezende Delfim, diretor da Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas (Feam); Breno Esteves Lasmar, diretor do Instituto Estadual de Florestas (IEF); e Fernando Benício de Oliveira Paula, integrante do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).
De acordo com a PF, o esquema envolvia um conglomerado de mais de 40 empresas, tendo como principal a holding Minerar S/A, especializada na exploração de minério de ferro em áreas consideradas críticas. Os empresários Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como líder do grupo, além de Helder Adriano de Freitas e João Alberto Paixão Lages, sócios da empresa Gutesiht, também estão entre os principais investigados.
A corporação afirma que o grupo obteve autorizações e licenças para atuar até mesmo em áreas tombadas e próximas a unidades de preservação ambiental, oferecendo riscos de desastre. Para manter os empreendimentos ilegais, os suspeitos recorreram a corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, fraudes documentais e lavagem de dinheiro. O inquérito, instaurado em 2020, aponta ainda que mais de R$ 3 milhões foram pagos em propinas, inclusive em forma de mesadas a servidores públicos.
A Justiça Federal também determinou o afastamento de Fernando Baliani da Silva, funcionário da Feam; de Breno Esteves Lasmar, do IEF; e de Fernando Benício de Oliveira Paula, do Copam.
Em nota, a ANM declarou que tomou conhecimento da operação pela imprensa e que, até o momento, não recebeu comunicação oficial sobre medidas envolvendo seus dirigentes. A agência afirmou manter compromisso com a legalidade, a transparência e a colaboração com as autoridades, observando o devido processo legal e garantindo a continuidade dos serviços regulatórios.