A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (25) dois investigadores da Polícia Civil de São Paulo e um empresário, suspeitos de atuar em um esquema de corrupção para beneficiar ilegalmente pessoas investigadas em inquéritos criminais. As prisões fazem parte da Operação Augusta, realizada em conjunto com o Gaeco do Ministério Público de São Paulo, com apoio da Polícia Militar e da Corregedoria da Polícia Civil.
Foram detidos o empresário e ex-piloto de Fórmula Truck, Roberval de Andrade, e os investigadores Sérgio Ricardo Ribeiro e Marcelo Bombom — este último com histórico de envolvimento na Operação Tacitus e já réu por organização criminosa. A operação cumpriu ainda nove mandados de busca e apreensão em São Paulo, região metropolitana e no litoral.
Durante as ações, a PF apreendeu armas, dinheiro, um helicóptero e um carro de luxo. As investigações apontam que o grupo facilitava arquivamentos de inquéritos, vazava informações sigilosas e intermediava a devolução indevida de bens apreendidos, por meio de propina e falsificação de documentos.
Sérgio Ricardo atuava, ironicamente, na Divisão de Crimes Contra a Administração, responsável por apurar casos de corrupção na própria Polícia Civil. A análise de dados extraídos do celular de Bombom revelou conexões com crimes como corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, advocacia administrativa e quebra de sigilo bancário.
Segundo a PF, a tentativa de restituir um helicóptero apreendido — avaliado em milhões — foi um dos episódios centrais que motivaram a deflagração da operação. A aeronave havia sido bloqueada judicialmente, junto com bens que somam até R$ 12 milhões.
As investigações seguem em sigilo para preservar novas diligências e possíveis desdobramentos.