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Tuesday, 18 de November de 2025 - 16:51:13
PF prende dono do Banco Master no Aeroporto de Guarulhos
OPERAÇÃO POLICIAL

A Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master, no Aeroporto de Guarulhos, antecipando uma operação que investigava a suposta venda de títulos de crédito falsificados por instituições do Sistema Financeiro Nacional. A ação, batizada de Operação Compliance Zero, mira um esquema que, segundo a PF, pode ter movimentado cerca de R$ 12 bilhões. A investigação começou em 2024, após requisição do Ministério Público Federal, para apurar a criação de carteiras de crédito insubsistentes vendidas a outra instituição financeira.

No total, foram cumpridos sete mandados de prisão, incluindo o sócio Angelo Antônio Ribeiro da Silva, que se apresentou à polícia, além de quatro diretores do banco. Outros 25 mandados de busca e apreensão foram executados em estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e no Distrito Federal. Quando as equipes chegaram, Vorcaro seguia do terminal de aviação executiva para embarcar em um jato particular rumo a Malta. Para os investigadores, não restam dúvidas de que o executivo tentava deixar o país para evitar repercussões após a divulgação da venda do banco.

Após a prisão, Vorcaro foi levado à Superintendência da PF em São Paulo. A defesa afirmou que ele não estava fugindo e que seu destino final seria Dubai, onde se encontraria com possíveis compradores do banco. Horas depois, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Master, além da indisponibilidade dos bens dos controladores e ex-administradores, o que interrompe automaticamente qualquer negociação em andamento.

A investigação aponta que o esquema envolvia a emissão de CDBs com promessa de rendimento até 40% acima da taxa básica de mercado — retorno considerado irreal pela PF. Segundo as apurações, quando o BC identificou irregularidades nas carteiras de crédito, os títulos teriam sido substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada. O caso envolve possíveis crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa.

A transação de venda do Banco Master ao BRB, anunciada em março, já havia sido rejeitada pela diretoria colegiada do Banco Central em setembro por falta de comprovação da viabilidade econômico-financeira. O Cade havia aprovado o negócio meses antes, assim como a Câmara Legislativa do Distrito Federal, após proposta do governador Ibaneis Rocha. O acordo previa que o BRB adquirisse 49% das ações ordinárias, 100% das preferenciais e 58% do capital total do Master.

 

 

Texto/Fonte: G1