A Polícia Federal abriu um inquérito para apurar se houve vazamento de informações que permitiu a fuga de oito dos 14 alvos de prisão preventiva na megaoperação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), deflagrada nesta quinta-feira (28). Entre os foragidos estão Mohamad Hussein Mourad e Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido como “Beto Louco”, apontados como chefes do esquema que infiltrou a facção no setor de combustíveis.

Delegados da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção (DICOR) se reuniram para entender como investigados monitorados antecipadamente conseguiram escapar, alguns um dia antes da ação. Investigadores suspeitam de facilitação por agente público ou quebra de sigilo. “Já temos algumas pistas de onde pode ter ocorrido o vazamento. É uma questão de honra entender o que houve e prender os foragidos”, afirmou um dos responsáveis.

A operação, que reuniu PF, Ministério Público, fiscais fazendários e a Agência Nacional do Petróleo (ANP), resultou em apreensões consideradas relevantes, com expectativa de revelar outros grupos envolvidos em adulteração de combustíveis e sonegação fiscal.

Paralelamente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou medidas para fechar o cerco financeiro ao crime organizado. Segundo ele, fintechs e fundos usados para lavagem de dinheiro passarão a ser monitorados com a mesma rigidez aplicada aos bancos. “Usaremos inteligência artificial para rastrear cada movimentação. Vamos seguir o dinheiro do criminoso”, declarou.