A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu nesta quinta-feira (4) nove integrantes de uma organização criminosa acusada de comandar a maior rede de produção e distribuição de cogumelos alucinógenos já identificada no Brasil. Durante a operação, foram interceptados mais de 3 mil pacotes da droga, que era comercializada pelas redes sociais e enviada pelos Correios. Dois dos presos são universitários do DF.

De acordo com as investigações, o grupo movimentava cerca de R$ 26 milhões por ano e chegou a enviar mais de 3,7 mil encomendas somente entre 2024 e 2025, totalizando 1,3 tonelada de cogumelos. A estrutura principal funcionava em galpões em Curitiba (PR), preparados para cultivar até 200 quilos por mês.

Os “cogumelos mágicos” contêm psilocibina, substância psicodélica proibida no Brasil que provoca alterações na percepção sensorial, na noção de tempo e espaço e pode gerar experiências emocionais intensas. O produto era vendido em diferentes formas: desidratado, encapsulado ou misturado ao mel.

A rede usava influenciadores digitais e DJs para divulgar os cogumelos entre jovens frequentadores de festas de música eletrônica, além de patrocinar eventos e festivais. O modelo de vendas seguia o formato de dropshipping, no qual os pedidos eram feitos online e entregues diretamente ao consumidor.

Os presos vão responder por tráfico de drogas qualificado, lavagem de dinheiro, participação em organização criminosa, disseminação de espécies nocivas ao meio ambiente, publicidade abusiva e curandeirismo.