A Polícia Militar de São Paulo iniciou o uso de uma ferramenta desenvolvida em parceria com o Google para bloquear, rastrear, emitir alarmes e até apagar remotamente os dados de celulares furtados ou roubados. A tecnologia, acessível por meio de um aplicativo instalado nos tablets das viaturas, permite que os policiais atuem imediatamente, sem que a vítima precise esperar chegar em casa ou depender de terceiros para bloquear o aparelho.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP), o sistema está disponível para cerca de 80% dos celulares cadastrados no estado, desde que possuam ativadas as funções de rastreamento e bloqueio remoto. Para os demais, é possível apenas rastrear e emitir um alarme sonoro.

Para habilitar o bloqueio remoto no Android, o usuário deve acessar as configurações do Google, ativar a "Proteção contra roubo" e garantir que a função de bloqueio remoto esteja ligada.

Em uma ação recente, a SSP entregou 43 celulares recuperados após cruzamento de dados dos boletins de ocorrência com informações das operadoras. Na capital paulista, 824 vítimas foram notificadas, mais de 270 compareceram às delegacias e cerca de 100 aparelhos foram devolvidos.

O registro rápido do boletim de ocorrência, com o número do IMEI do aparelho, é essencial para que a polícia possa identificar e rastrear os dispositivos. O IMEI é um código único que funciona como o "RG" do celular e pode ser encontrado na caixa do aparelho ou obtido junto à operadora.

De janeiro a maio de 2025, São Paulo registrou cerca de 110 mil furtos e roubos de celulares, uma queda de 4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na capital, foram mais de 68 mil ocorrências, redução de 1%. A SSP calcula que ações preventivas, como o bloqueio imediato, evitaram cerca de 5 mil crimes.

O secretário de Segurança, Guilherme Derrite, destaca que o conjunto de medidas – registro do BO, fornecimento do IMEI e bloqueio pela PM – visa dificultar a vida dos criminosos e reduzir os índices de roubos e furtos.

Ao recuperar um aparelho, a polícia faz a identificação do IMEI, realiza perícias quando necessário, cruza os dados com boletins registrados e contata as vítimas para organizar a devolução, garantindo segurança no processo.