A escolha da capital paraense começou a ser costurada ainda em 2022, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a COP27 no Egito, pediu formalmente à ONU que a conferência climática fosse realizada na Amazônia. “É fundamental que quem defende a floresta e o clima conheça de perto o que é essa região”, afirmou Lula na época.

Será a primeira vez que a Conferência das Partes ocorrerá em meio à maior floresta tropical do planeta. Belém, com mais de quatro séculos de história, entrará para o calendário mundial como a primeira cidade amazônica a receber o encontro, que reunirá cerca de 50 mil pessoas, entre chefes de Estado, empresários, cientistas e representantes da sociedade civil.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou o simbolismo da decisão: “A Amazônia nos mostra o caminho”. Pela primeira vez, povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas terão maior protagonismo no debate, reforçando a ideia de que soluções climáticas não surgem apenas em laboratórios ou gabinetes, mas também do conhecimento tradicional de quem vive e protege a floresta há séculos.

Para receber a COP30 em 2025, Belém passou a investir em grandes obras de infraestrutura. Estão em andamento reformas no Complexo Ver-o-Peso, no Mercado de São Brás, no Aeroporto Internacional, no Porto de Outeiro, em escolas e em espaços culturais. Além disso, foram anunciados projetos de saneamento, expansão do BRT Metropolitano, novos hotéis e melhorias no sistema de mobilidade.

A rede hoteleira da cidade ainda foi reforçada com alternativas criativas, como navios-hotel ancorados no porto e a adaptação temporária de escolas como hostels. O movimento já trouxe reflexos imediatos: aumento no número de turistas e crescimento nas vagas de emprego locais.

No plano político, a realização da COP na Amazônia representa um marco estratégico do governo federal. O apoio internacional foi decisivo para consolidar a candidatura brasileira, com a promessa de uma conferência que leve a justiça climática ao centro da discussão global.

Assim, a COP30 de Belém se apresenta não apenas como um encontro climático, mas como um evento histórico, que alia investimento em infraestrutura, visibilidade internacional e protagonismo dos povos da floresta.