As lonas estendidas ao lado de cenários de acidentes chamaram atenção em recentes ocorrências no país. Elas fazem parte da aplicação do método START, protocolo internacional acionado quando há mais vítimas do que socorristas disponíveis. A técnica busca realizar uma triagem rápida e objetiva para priorizar quem tem maior chance de sobreviver com o atendimento imediato.
O processo é simples e deve levar, em média, até 1 minuto por vítima. Os socorristas iniciam uma avaliação rápida, categorizando cada pessoa por cores — sistema que organiza o fluxo de atendimento em situações de múltiplos feridos. A respiração é o primeiro critério analisado: se a vítima não respira, abre-se a via aérea. Caso volte a respirar, ela é classificada como vermelha; se não reagir, entra na categoria preta ou cinza.
Na sequência, a perfusão periférica é examinada. Quando está dentro do normal, a vítima pode ser encaminhada à cor amarela. Se respiração e perfusão estiverem preservadas, o socorrista verifica o nível de consciência por meio de ordens simples. A mobilidade também ajuda a definir o quadro: quem consegue andar é direcionado ao grupo verde, voltado a ferimentos leves.
As cores representam diferentes prioridades: verde para ferimentos leves, amarelo para casos moderados que podem aguardar, vermelho para atendimentos imediatos e preto/cinza para vítimas sem sinais vitais ou com baixíssima chance de sobrevivência.
Além de organizar a triagem, as lonas servem para delimitar áreas de atuação, proteger a privacidade das vítimas e melhorar a circulação das equipes. O método START é utilizado por bombeiros, profissionais do Samu e emergencistas capacitados. Segundo o capitão Maycon Cristo, trata-se de um protocolo específico para o atendimento pré-hospitalar, diferente do sistema de Manchester, aplicado no ambiente hospitalar.
A recomendação é que, mesmo após a classificação inicial, todas as vítimas sejam reavaliadas com frequência, já que seu estado pode sofrer mudanças rápidas durante o atendimento.