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Quinta, 22 de abril de 2021 - 08:34:51
"Povo de MT não vai admitir que Bolsonaro seja tirado por golpe"
POLITICA
Deputado federal critica "militância de esquerda" e vê trama para derrubar presidente no "tapetão"

Defensor ferrenho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o deputado federal Nelson Barbudo (PSL) diz existir uma trama em andamento para tentar derrubar o aliado. O "golpe" seria articulado por uma "militância de esquerda".

 

Barbudo afirmou que a própria criação da CPI da Covid, no Senado Federal, seria um ato que inicialmente estava "carimbadinho" para resultar no impeachment do presidente. 

 

"O pessoal está achando que vai tirar Jair Bolsonaro da Presidência no 'tapetão'. Se acham que vão fazer isso sem provocar uma reação civil, estão enganados. O povo brasileiro não vai aceitar. Que crime Bolsonaro cometeu para que seja investigado?", questionou.

 

O pessoal está achando que vai tirar Jair Bolsonaro da Presidência no 'tapetão'. Se acham que vão fazer isso sem provocar uma reação civil, estão enganados

"Não vão derrubar e, se tentarem, vai acontecer um desastre nesse País. Tenho muito contato com o povo mato-grossense, com as lideranças, e eles não admitem que o presidente seja tirado em um golpe", defendeu.

 

Em entrevista ao MidiaNews, o parlamentar ainda defendeu a vacinação e analisou o ritmo de imunização empregado no Estado, citou a necessidade de união de forças entre os políticos para vencer a pandemia e criticou o que chama de interferência de ministros do Supremo Tribunal Federal na gestão de Bolsonaro.

 

Confira os principais trechos da entrevista:

 

MidiaNews - O senhor tem acompanhado a vacinação aqui no Estado? Como analisa a posição de Mato Grosso na “lanterna” do ranking nacional, tendo imunizado apenas 7,4% da população?

 

Nelson Barbudo – Nós ficamos muito tristes. Não quero colocar a culpa especialmente no governador, mas vejo que alguns prefeitos têm a estrutura pequena para fazer aplicações. Então, vejo essa situação com muita tristeza. O Governo do Mato Grosso já recebeu 618 mil doses e, segundo me consta, aplicou somente 351 mil doses. Então, acho que o deveria ter mais celeridade, melhorar a atuação quanto à aplicação da vacina.

 

MidiaNews – Em Cuiabá, o sistema de vacinação tem sido muito criticado, com idosos aglomerados em filas e confusões no direcionamento de locais de vacinação. Vê essa falha na condução da vacinação aqui na Capital?

 

Nelson Barbudo – Sim, vejo. Cidadãos me procuraram dizendo que em Cuiabá existia apenas um ponto de vacinação. Acho que foi uma falha, apesar de que estamos passando por um momento difícil, novo, e a estrutura governamental não estava preparada.

 

Não sou advogado do governo ou da secretária de saúde, mas acho que conforme as falhas vão aparecendo, é de suma importância que se corra e resolva para diminuir o sofrimento e melhorar a eficácia na aplicação da vacina. Falhas existem, mas a nossa obrigação é cobrar para que responda rapidamente para atender aos anseios da sociedade.

 

Fico muito triste em saber que ainda existem pessoas que, no bojo da sua vontade de atingir o poder, fazem propaganda política em cima de cadáveres do nosso tão sofrido povo brasileiro

Além disso, sabemos que existe uma militância tentando transformar essa pandemia em palanque para 2022. Não estou generalizando, mas estou defendendo uma tese, porque tem muita coisa sendo feita por militância política para prejudicar o presidente Jair Bolsonaro, em detrimento da responsabilidade que os prefeitos têm.

 

Esse é o momento de união, em que não se pode nem imaginar em divergências ideológicas, em fazer dessa pandemia um palco para futuras eleições. Fico muito triste, mas sei que isso acontece em escala estadual e municipal também. Temos que nesse momento apoiar o nosso governador, o prefeito da Capital e dos demais municípios e em uma grande força-tarefa tentar adquirir vacinas e fazer a imunização o mais rápido possível para que possamos diminuir o número de mortos pela Covid-19, que é uma crise mundial.

 

MidiaNews – Acha, então, que há uma trama para derrubar Bolsonaro?

 

Nelson Barbudo – Com certeza. É pública e cristalina que a militância esquerdista tem usado descaradamente [a pandemia] para tentar prejudicar o presidente. Cito como exemplo o governador de São Paulo, João Doria, que tem ânsia de ser presidente da República. Foi eleito à custa do nosso presidente, se desligou do nosso Governo para, em ataques levianos, ir fazendo de tudo para culpar o presidente, num projeto de poder que é escancarado, nítido. Fico muito triste em saber que ainda existem pessoas que, no bojo da sua vontade de atingir o poder, fazem propaganda política em cima de cadáveres do nosso tão sofrido povo brasileiro.

 

MidiaNews – É a favor da vacina? Pretende se vacinar ou já se vacinou?

 

Nelson Barbudo – Ainda não me vacinei, porque tenho 61 anos e ainda não chegou a minha vez. Mas tenho, sim, vontade de me vacinar, porque mesmo existindo muita polêmica, quero acreditar que não é possível que um ser humano, em sã consciência, produza uma vacina que não seja eficaz. Inclusive, votamos na Câmara o projeto que libera empresários a comprarem vacinas, porque o Brasil é um país com mais de R$ 200 milhões de habitantes e os gastos são enormes. Já bastam os gastos gerados pela pandemia.

 

Acho que se os empresários, a iniciativa privada, puderem ajudar, será muito bom. É um momento especial onde devemos unir esforços sem pensar em posição ideológica. Os brasileiros precisam se unir de qualquer jeito que for possível para adquirir vacinas e distribuir para o nosso povo.

 

A esquerda nega, mas é público e notório que o STF tirou do presidente Bolsonaro o poder de administrar a pandemia

MidiaNews – De zero a 10, que nota dá para a condução do Governo Federal durante a pandemia?

 

Nelson Barbudo – Sou suspeito para falar, porque sou um bolsonarista convicto. Nota 10, evidentemente, ninguém receberia. Mas acho que uma nota 8 está de bom tamanho, tendo em vista que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que ao presidente da República cabia o fomento financeiro para os estados e municípios. Portanto, ele ficou de mãos atadas quanto à elaboração de um plano nacional.

 

A esquerda nega, evidentemente, mas é público e notório que o STF tirou do presidente Bolsonaro o poder de administrar a pandemia. Ficou somente para ele a responsabilidade de distribuição dos recursos que, a meu ver, ele fez muito bem.

 

MidiaNews – Diante disso, qual a parcela de culpa do Governo Federal, de prefeitos, governadores e até do STF, como o senhor citou, pela situação que estamos vivendo?

 

Nelson Barbudo – Culpar alguém por isso é muito sério, porque é um vírus desconhecido e ninguém sabia como lidar com essa situação. Eu vi, aparentemente, muita corrupção entre governadores e alguns prefeitos, sem generalizar. Portanto, a parcela de culpa do que pode estar acontecendo teria que ser distribuída entre todos: governadores, prefeitos e presidente.

 

Mas o Brasil está, na minha visão, indo razoavelmente bem. Ele é o quinto em vacinação. Fiz um levantamento e estamos em quinto lugar. O Brasil só perde para os Estados Unidos, China, Índia e Reino Unido.

 

Então, acho que colocar a culpa em cima de alguém, nesse momento, é muito difícil. A pandemia pegou o mundo todo de surpresa e a gente não consegue administrá-la e atender ao pedido de todos para que ninguém morra. É uma pena, porque ela veio no momento em que o Brasil estava crescendo e aí começou uma estagnação da economia. É claro que lamentamos as mortes, ficamos apreensivos e ansiosos para que tudo seja resolvido, mas como diz o presidente, vamos ter que conviver com as mortes. O mundo está convivendo.

 

Reprodução

BOLSONARO E BARBUDO

O presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Nelson Barbudo

Eles queriam que o Bolsonaro tivesse uma batuta e com um tilintar resolvesse tudo e ninguém morresse no Brasil. É claro que eu também queria, mas isso não é possível.

 

Mas eu ressalto que o STF errou quando tirou o direito do presidente Bolsonaro de orquestrar o plano nacional contra a Covid. É uma atitude que  considero um tanto quanto perigosa, porque a pandemia deveria ter um chefe na sua condução e ninguém melhor que o presidente da República.

 

E o momento que se aproxima é muito grave, porque as mortes não estão abaixando mesmo com a vacinação. Estamos diante de um cenário muito preocupante no mundo, não só no Brasil.

 

MidiaNews – O presidente foi bastante criticado por alguns comportamentos na pandemia, como se expor sem máscaras e provocar aglomerações. Concorda com essas críticas?

 

Nelson Barbudo – Não. Eu não vejo isso dessa forma. Porque se uma pessoa lhe pedir para pular em um poço, você não pula. O Bolsonaro ficar sem máscara é problema dele. Se a pessoa acha que a máscara a protege, ela a usa e pronto.

 

Eu vejo que há muito “mimimi”, tentando colocar a culpa somente no presidente da República. Cada um tem uma maneira de agir e assume a sua responsabilidade. Eu, por exemplo, uso máscara. Se o Bolsonaro quiser viver eternamente sem a máscara e correr o risco, que o faça. Agora, acho que cada um é dono dos seus atos. O Bolsonaro tem aquele jeito, mas tem respondido aos anseios da sociedade.

 

Então, não podemos pegar uma coisinha que o Bolsonaro faz e levar a faca na garganta dele. O Lula era um pinguço, bebia pinga, e nem por isso todo brasileiro é bêbado. Ele dava várias entrevistas bêbado e a imprensa parece que, naquele tempo, não achava nada estranho. Agora, o Bolsonaro andar sem máscara é o fim do mundo?

 

O Bolsonaro ficar sem máscara é problema dele. Se a pessoa acha que a máscara a protege, ela a usa e pronto

Eu não coaduno com essa ideia. Acho que, apesar dele ser chefe de Estado, cada um segue o seu destino. É igual à vacinação. Tem gente que não acredita na vacina. Pois, então, não tome! Eu sou contra a obrigatoriedade. Se você acredita na vacina, você toma e está protegido. O outro que não tomou, pode pegar Covid e vai morrer.

 

MidiaNews – E é contra o lockdown?

 

Nelson Barbudo – Não sou favorável ao lockdown. Veja a nossa vizinha, Argentina, agora no lockdown. O que aconteceu? Detém uma das maiores mortalidades da América do Sul e do mundo. Olhem o Texas (EUA): sem lockdown, tem uma das menores taxas de mortalidade. Aqui no Brasil, em São Paulo, o Doria é o maior adepto do lockdown e o Estado de São Paulo tem um dos maiores índices de mortalidade do País.

 

Agora, tudo que acontece sobre pandemia, vem a esquerda: “Genocida, genocida”. Essa cantilena da esquerda de imputar culpa aos outros já é conhecida, mas comigo não cola. Genocidas são os adoradinhos da esquerda. É por isso que tenho nojo de comunista. É por isso que eles dizem que minhas falas são agressivas. As pessoas que chamam Bolsonaro de genocida, sem ele ter dado um tiro, sem ele ter matado um cidadão, são as mesmas que veneram Mao Tse-tung, Che Guevara, Fidel Castro, Stálin, Lênin. A gente, não. Nosso ídolo é Jesus Cristo, a pátria e a família.

 

MidiaNews – Não acha que o Governo Federal poderia ter poupado milhares de vidas se tivesse comprado a vacina da Pfizer no ano passado, quando recusou um lote de 70 milhões de doses?

 

Nelson Barbudo – Ele não recusou a compra por recusar, mas porque não tinha a aprovação da Anvisa. Eu também recusaria. Ele disse que a partir do momento que a Anvisa autorizar, iria comprar. Não vejo nexo nessa história [de que ele não quis comprar] porque, se desse um problema, ele seria acusado ainda mais de ser um genocida.

 

Tudo que acontece sobre pandemia, vem a esquerda: 'Genocida, genocida'. Essa cantilena da esquerda de imputar culpa aos outros já é conhecida, mas comigo não cola

Sempre foi falado que nós compraríamos a partir do momento que fosse aprovado pela Anvisa. Essa era a postura do nosso presidente, que acho correta. Eles queriam que comprássemos com a aprovação de órgão de fora do país. Eu não concordo, porque depois, se a bomba estourasse, o impeachment seria inevitável, porque o presidente do Brasil não teria obedecido à legislação e teria comprado vacina sem a aprovação do órgão de vigilância nacional, que é a Anvisa, matando centenas, milhares. Aí seria acusado de genocida, ia parar na cadeia. Nossa Senhora, aí ia virar o que a esquerda queria. Então, achei que ele foi prudente. Infelizmente, morrem pessoas em todos os países.

 

Nós precisamos ter muito cuidado ao avaliar e jogar tudo nos ombros do Bolsonaro. Tivemos 42 mil leitos fechados em sete anos, durante o Governo Dilma Rousseff. O sistema de saúde do Brasil já vinha em um déficit monumental. Então, eu não perdôo, não admito que a culpa caia somente no ombro do Bolsonaro. Quem está falando esteve 16 anos no poder. Bolsonaro está somente há dois anos e três meses.

 

MidiaNews – Aqui em Mato Grosso, o governador Mauro Mendes (DEM) anunciou a compra de 1,2 milhão de doses da vacina russa Sputnik V, que ainda não foi liberada pela Anvisa. Ele reclama, inclusive, de uma suposta má-vontade da agência reguladora em autorizar a entrada do imunizante no país. Nesse impasse, diante do que o senhor falou da situação da Pfizer, fica do lado da Anvisa?

 

Nelson Barbudo – Estou do lado da responsabilidade. Temos que aceitar as decisões daquele que é o órgão maior quando se trata de saúde no nosso país. A Anvisa tem que dar a palavra final. Mesmo a gente estando agoniado, desesperado para que toda a população mato-grossense seja vacinada, não podemos pular por cima de uma decisão da Anvisa.

 

MidiaNews – Como viu a decisão do Senado de ampliar as investigações da CPI da Covid não apenas para Governo Federal, mas também para estados e municípios?

 

Nelson Barbudo – O meu ponto de vista era que não se fizesse CPI. No momento de turbulência que o Brasil vive com a pandemia, acho que o STF, o Senado e a Câmara Federal deveriam centrar as suas atitudes para que pudéssemos ter um plano emergencial para ajudar os mais necessitados, os mais pobres, aqueles que estão passando fome, que estão desempregados.

 

Não sou contra a CPI, mas acho que o povo brasileiro está precisando de uma resposta governamental, como já vinha sendo feito. Agora, esse embate de CPI, mais uma vez, é militância, que começou querendo a CPI apenas contra o Governo Federal. Pergunto: que crime o Bolsonaro cometeu?

 

Alair Ribeiro/MidiaNews

Nelson Barbudo

"Que crime Bolsonaro cometeu?", questionou Barbudo, ao falar sobre a CPI da Covid

Isso agora não leva a nada, vai apenas travar as pautas de votação no Congresso. CPI sem ter a presença de deputados e senadores, só virtual, é “blábláblá”, “mimimi”, tudo o que o Brasil não precisava nesse momento.

 

Tudo o que o país precisa nesse momento é que os governantes tenham responsabilidade e que haja união. Saúde anda junto com economia. O Brasil está caminhando para o caos.

 

MidiaNews – Como vê as discussões cada vez mais frequentes sobre o impeachment do presidente?

 

Nelson Barbudo – Essa CPI da Covid, a meu ver, era carimbadinha no começo para tentar o impeachment do presidente da República. Eu vou fazer um alerta para que fique registrado: O pessoal está achando que vai tirar Jair Bolsonaro da Presidência no “tapetão”. Se acham que vão fazer isso sem provocar uma reação civil, estão enganados. O povo brasileiro não vai aceitar. Que crime Bolsonaro cometeu para que seja investigado?

 

Essa CPI agora é politiqueira, movida por uma militância política que está com abstinência de roubo, porque o governo petista foi movido a isso. E as pessoas que não têm mais a chance de ter o poder nos puxadinhos do PT e seus asseclas estão desesperados e forçando para, no “tapetão” derrubar o presidente Bolsonaro. Não vão derrubar e, se tentarem, vai acontecer um desastre nesse país. Tenho muito contato com o povo mato-grossense, com as lideranças, e eles não admitem que o presidente Jair Bolsonaro seja tirado em um golpe.

 

MidiaNews – O presidente foi gravado pelo senador Jorge Kajuru tentando acelerar um pedido de impeachment contra ministros do STF. Não acha temeroso o presidente agir desta forma?

 

Nelson Barbudo – Não acho temeroso, não. Pedido de CPI só vale para o presidente? Lá no Senado, dormem nas gavetas os pedidos de impeachment dos ministros. O que o presidente falou foi simplesmente que se a CPI vale para ele, que valha para os outros. E isso não é perigoso, é normal.

 

Essa CPI agora é politiqueira, movida por uma militância política que está com abstinência de roubo, porque o governo petista foi movido a isso

Anormal é o [presidente do Senado] Rodrigo Pacheco engavetar o que o [ex-presidente] Davi Alcolumbre engavetava e isso não é bom para o Brasil. Chega CPI do Bolsonaro, abre. Só que se chegar do Alexandre de Moraes, vamos fazer dele também.

 

Simplesmente o que o presidente pediu foi isso. Porque o que está acontecendo é o seguinte: o Supremo obriga o Senado a abrir uma CPI contra mim, mas o mesmo Supremo não obriga o Senado a tocar para a frente as investigações dos ministros. Aí é dois pesos e duas medidas. O presidente estava sendo extremamente correto: abram investigação contra todos, porque a lei é para todos.

 

E aonde já se viu um senador da República gravar a conversa de um presidente? Quem grava conversa para mim é bandido, porque homem não faz isso. Depois, publicar, vazar a conversa? Kajuru, nunca fui com a sua cara. O senhor pode ter milhões de seguidores. Tenha piedade. Para mim, quem grava conversa com o presidente da República e vaza é bandido. Não tem credibilidade nenhuma.

 

MidiaNews – Acha que houve desvio de recursos da pandemia em Mato Grosso?

 

Nelson Barbudo – Não acompanhei nesse ponto e sempre me refiro a isso quanto aos estados do Nordeste. Houve coisas pontuais em algumas cidades, como Rondonópolis, que foi noticiado publicamente que foram comprados respiradores e não foram entregues.

 

Mas não tenho notícia de que o Governo de Mato Grosso esteja nessa lista, não tive nenhuma denúncia. No entanto, ele é passível de investigação assim como qualquer outro governo, já que ele recebeu recursos da União e deve prestar contas dos gastos. Se não houve desvio, está tudo certo.

 

Agora, acho que aquele governante que desviar deve ser penalizado severamente porque esse, sim, é genocida. Deve ser punido exemplarmente e a pena na cadeia devia ser pesada.

 

MidiaNews – A oposição diz que tanto o presidente quanto o ex-ministro Eduardo Pazuello [Saúde] vão ter que se explicar na Justiça em breve sobre supostas omissões na pandemia. Como vê este tipo de declaração?

 

Alair Ribeiro/MidiaNews

Nelson Barbudo

Barbudo não vê Bolsonaro perdendo o apoio das Forças Armadas

Nelson Barbudo – Com tranquilidade. Ele distribuiu o que tinha que distribuir, mandou para os Estados os recursos que somam um montante astronômico e fez o que o Supremo determinou: aguardou que os Estados fizessem a sua política pública para conduzir a pandemia.

 

Agora, eu acho engraçado que você tira o poder do cidadão de trabalhar e quer condená-lo porque ele não trabalhou. Me poupe, né? Aí a esquerda está de brincadeira. Aqui no Brasil está acontecendo assim nessa pandemia: ateu está falando quem pode rezar e vagabundo está falando quem pode trabalhar. A coisa está invertida.

 

MidiaNews – Nesta semana a França cancelou todos os voos do originários do Brasil. Essa condução da pandemia por parte do Governo Federal não pode causado danos à imagem do Brasil?

 

Nelson Barbudo – O meu posicionamento é de que tudo que partir da França, sou desconfiado. O Governo Federal e os governadores estaduais têm se empenhados, estão fazendo tudo o que podem, mas a crise é mundial. Para mim, é mais uma maneira de tentar prejudicar o Brasil. É só aqui que morre gente? O Brasil é um país continental, muito grande, com regiões de difícil acesso, com problemas de infraestrutura para que insumos, oxigênio e vacinas cheguem. Temos milhões de hectares de terras indígenas...

 

Com todo o respeito que tenho ao povo francês e à nossa relação comercial com a França, mas tenha piedade. Argentina está um caos, com percentual de mortes maior que o do Brasil, e não fecham [as portas] para eles.

 

A segunda onda e essa nova cepa trazem um desconforto até para a classe médica, que tenta de toda a maneira salvar a população. Milagre, ninguém faz. Me diz um país onde um presidente agitou uma varinha mágica e pronto, acabou a pandemia. Portanto, acho que devemos ter sensatez e aquele que errar, tem que pagar.

 

MidiaNews – Recentemente os comandantes do Exército, Aeronáutica e Marinha deixaram seus cargos. Não teme que o presidente esteja perdendo apoio nas Forças Armadas?

 

Nelson Barbudo – De maneira nenhuma. O nosso Exército é coeso, se mantém íntegro, porque existe hierarquia. O presidente Bolsonaro é o comandante maior das Forças Armadas. Todo governo troca ministros ou comandantes. E nós não somos diferentes.

 

A troca dos comandantes não quer dizer que haja um problema. Ocorreu dentro da normalidade, sem “buxixo” na caserna. Cada presidente sabe quem tem que estar em cada cargo. É uma prerrogativa dele. Não temo por nada e confio no Exército brasileiro. Jamais iriam trair a nossa pátria.

 

Texto/Fonte: LISLAINE DOS ANJOS