Após uma sequência de quatro meses de alta, o preço do leite ao produtor voltou a cair, registrando recuo de 3,9% em maio em relação a abril e de 7,4% frente ao mesmo mês de 2024, segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). O litro foi cotado, em média, a R$ 2,64 entre os maiores centros produtores do Brasil, como Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Bahia.
O recuo é atribuído principalmente à desvalorização de insumos voltados à nutrição animal, o que favoreceu os investimentos dos produtores e aumentou a oferta. Paralelamente, a demanda por derivados lácteos segue enfraquecida, impedindo a sustentação dos preços na indústria.
Com isso, o Índice de Captação de Leite subiu 1,13% de abril para maio, superando a média de anos anteriores. Contudo, o setor enfrenta dificuldades em escoar os estoques e vê as margens de lucro pressionadas, com quedas nos preços de itens como leite UHT, muçarela e leite em pó no atacado paulista.
Mesmo com crescimento expressivo de 59% nas exportações de derivados lácteos entre abril e maio, o déficit da balança comercial do setor cresceu 7,1% no período, atingindo 169,4 milhões de litros em equivalente leite.
No início de 2025, o preço havia subido com força, impulsionado por clima adverso e forte competição entre laticínios pela matéria-prima, chegando a uma valorização real de 18,1% frente a fevereiro de 2024.