O prefeito de Igarapé Grande (MA), João Vitor Xavier, de 27 anos, se entregou à polícia nesta segunda-feira (15), em São Luís, após a Justiça determinar sua prisão preventiva pela morte do policial militar Geidson Thiago da Silva, conhecido como “Dos Santos”. O crime ocorreu no dia 7 de julho, durante uma vaquejada em Trizidela do Vale, no interior do estado.
A decisão do juiz Luiz Emílio Braúna Bittencourt Júnior considerou a prisão necessária para garantir a ordem pública e permitir a apreensão da arma utilizada no homicídio, que ainda não foi localizada. Após se apresentar, João Vitor passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e será encaminhado a uma unidade prisional.
Segundo testemunhas, o conflito começou quando o policial, que estava de folga, pediu ao prefeito que diminuísse a intensidade dos faróis do carro, pois a luz estaria incomodando os frequentadores da festa. Houve uma discussão, e o prefeito teria sacado uma arma e efetuado disparos pelas costas da vítima. O PM chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
João Vitor havia se apresentado à polícia um dia após o crime, mas foi liberado por não estar em flagrante. Posteriormente, pediu licença médica remunerada da prefeitura por 125 dias, alegando abalo emocional e necessidade de tratamento psiquiátrico. A Câmara de Vereadores aprovou o afastamento e empossou a vice-prefeita, Maria Etelvina.
A defesa do prefeito afirma que ele agiu em legítima defesa, alegando que o policial teria sacado uma arma. No entanto, essa versão é contestada pela Polícia Civil e por testemunhas. Segundo o delegado Diego Maciel, responsável pelo caso, os tiros foram efetuados pelas costas, e a arma usada no crime — um revólver calibre .38 sem registro — teria sido um presente de um eleitor.
Imagens de câmeras de segurança estão sendo analisadas e indicam que o prefeito fugiu do local logo após o crime. A Polícia Civil instaurou inquérito e segue com as investigações para esclarecer os detalhes do homicídio.