O presidente Luiz Inácio Lula da Silva liderou uma reunião virtual com integrantes do Brics — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — e países convidados, como Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Irã e Arábia Saudita. O encontro foi organizado pelo Brasil, que exerce a presidência rotativa do bloco.
Segundo integrantes do governo, a cúpula não tinha como único foco o tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros e de outros integrantes do Brics. Ainda assim, a medida, que aumentou em 50% as taxas sobre itens brasileiros, é um tema sensível, pois foi interpretada como uma tentativa de interferir no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF.
Na abertura da reunião, Lula deve fazer uma declaração como anfitrião, seguida por discursos dos demais participantes. O objetivo é reforçar a soberania brasileira, mas mantendo um tom diplomático para evitar novas sanções americanas.
Além do tema comercial, o encontro abordou guerras em Gaza e na Ucrânia, reformas da ONU e da Organização Mundial do Comércio (OMC), e diferentes perspectivas sobre o multilateralismo. A reunião não deve resultar em declaração oficial, mas busca marcar posição sobre a agenda internacional, respeitando a diversidade política de cada país do bloco.
O presidente também aproveitou a cúpula para reforçar o convite aos Brics para participarem da COP30, que ocorrerá em novembro em Belém. O Brasil planeja lançar na conferência o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), destinado a financiar países em desenvolvimento que preservarem suas florestas e apoiarem a transição energética.