O presidente russo, Vladimir Putin, confirmou nesta quarta-feira (29) a realização bem-sucedida do primeiro teste completo do Poseidon, um torpedo nuclear movido a energia atômica e projetado para operar a longas distâncias. O armamento, que combina características de torpedo e drone subaquático, ganhou o apelido de “Torpedo do Juízo Final” por seu potencial de gerar tsunamis radioativos e devastar áreas costeiras inteiras.
Batizado com o nome do deus grego dos mares, o Poseidon mede cerca de 20 metros, pesa aproximadamente 100 toneladas e teria alcance de até 10 mil quilômetros, segundo estimativas de especialistas. Ele seria capaz de transportar uma ogiva de até dois megatons — potência equivalente a 133 bombas de Hiroshima.
O sistema é alimentado por um reator nuclear resfriado a metal líquido, tecnologia que permite longos períodos de operação subaquática e grande autonomia. Essa característica, segundo analistas em controle de armas, representa um desafio direto às normas internacionais que regem o uso de armamentos nucleares.
“Pela primeira vez, conseguimos não apenas lançá-lo a partir de um submarino, mas também ativar sua unidade de energia nuclear, que funcionou por um período determinado”, declarou Putin ao anunciar o teste. O presidente afirmou ainda que “não há nada igual” e que o torpedo é impossível de interceptar.
O líder russo comparou o poder do Poseidon ao do Sarmat, míssil intercontinental conhecido como “Satan II”, e disse que o desenvolvimento dessas armas é uma resposta à expansão da Otan e à saída dos Estados Unidos, em 2001, do Tratado Antimísseis de 1972.
Especialistas interpretam o teste — assim como o recente lançamento do míssil Burevestnik — como um recado político de Moscou em meio à pressão ocidental sobre a guerra na Ucrânia.
Em reação, o presidente dos EUA, Donald Trump, criticou o ensaio e afirmou que Putin deveria “encerrar a guerra na Ucrânia em vez de testar mísseis movidos a energia nuclear”.