Após bater recordes de preço no início do ano, a cotação dos ovos comerciais caiu significativamente em abril, registrando o menor valor de 2025 até agora. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a retração na demanda — intensificada pelos feriados da Páscoa e de Tiradentes — e o fim do mês, período tradicionalmente associado à menor capacidade de compra da população, contribuíram para a baixa nos preços, especialmente dos ovos vermelhos.
Entre os dias 1º e 30 de abril, o preço da caixa com 30 dúzias de ovos vermelhos recuou mais de 10% em Santa Maria de Jetibá (ES), saindo de R$ 226,99 para R$ 204. Em Bastos (SP), passou de R$ 220 para R$ 200; em Recife (PE), de R$ 206 para R$ 182; na Grande São Paulo, de R$ 227 para R$ 200; e em Minas Gerais, de R$ 235 para R$ 209.
Esse movimento ocorre após uma escalada nos preços durante a quaresma, quando o consumo de carne costuma cair e a demanda por ovos aumenta. Em fevereiro, por exemplo, o preço em Santa Maria de Jetibá subiu quase 24% em menos de 15 dias, saltando de R$ 223 para R$ 276.
Segundo o Cepea, a produção nacional de ovos para consumo atingiu 3,83 bilhões de dúzias em 2024 — um recorde histórico segundo o IBGE, com crescimento de 11,5% em relação ao ano anterior. A alta nos preços no início de 2025 foi motivada por oferta restrita, calor intenso (que afeta a produtividade das galinhas), custos elevados com insumos como milho e farelo de soja, e maior demanda no atacado e varejo.
Com o fim da quaresma, porém, os estoques aumentaram e os preços começaram a ceder. Mesmo assim, em algumas granjas os estoques seguem equilibrados, o que moderou a intensidade da queda em certas regiões.