O antídoto fomepizol, usado no tratamento de intoxicações por metanol, deve chegar ao Brasil nesta semana, mas não será vendido em farmácias. O medicamento será importado dos Estados Unidos em caráter emergencial e distribuído pelo Ministério da Saúde para hospitais de referência.
A negociação envolve a Daiichi Sankyo Brasil, o ministério, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Anvisa, que ainda finalizam trâmites burocráticos. Segundo a diretora de Assuntos Médicos da farmacêutica, Fabiana Sanches, serão trazidas 2.500 ampolas, além de 100 doadas pela empresa.
De uso exclusivamente hospitalar e intravenoso, o fomepizol bloqueia a enzima que transforma o metanol em substâncias tóxicas, evitando danos neurológicos, cegueira e falência de órgãos. O tratamento deve começar assim que houver suspeita de intoxicação, sem necessidade de confirmação laboratorial.
Sanches destacou que o medicamento “não será vendido em farmácias” e “deve ser administrado sob supervisão médica”. O protocolo prevê quatro doses principais em intervalos de 12 horas, com melhora geralmente observada em até dois dias.
O Ministério da Saúde confirmou 17 casos de intoxicação por metanol no país, sendo 15 em São Paulo, estado que concentra mais de 82% dos registros nacionais. Ao todo, há 217 notificações relacionadas a bebidas adulteradas.
Autoridades reforçam que o metanol é altamente tóxico e pode causar cegueira, coma e morte. A população é orientada a comprar apenas em locais confiáveis, verificar selos e lacres, e buscar atendimento médico imediato em caso de sintomas após consumo de bebidas alcoólicas.