A guerra tarifária entre Estados Unidos e China tem trazido efeitos positivos para o Brasil, especialmente para o setor agrícola. O aumento das tarifas entre as duas maiores economias do mundo tem impulsionado as exportações brasileiras e prejudicado o agro americano.
De acordo com uma reportagem do jornal britânico Financial Times (FT), a China e a União Europeia estão cada vez mais voltando-se para o Brasil como uma opção estável para produtos alimentícios, como soja, carne bovina e aves.
O Brasil já havia se destacado na primeira troca de tarifas entre os Estados Unidos e a China, durante o governo de Donald Trump, expandindo sua liderança como principal fornecedor de alimentos para a China. Agora, com a imposição de novas tarifas, o Brasil pode se beneficiar ainda mais, afirmam os analistas.
Isham Bhanu, especialista em agricultura, comentou que a guerra tarifária tem sido uma "benção" para o Brasil e também para a Argentina, prevendo que países asiáticos buscarão reforçar suas relações com a América do Sul.
O Financial Times também destaca que, só no primeiro trimestre de 2025, as exportações de carne bovina brasileira para a China aumentaram 33%, enquanto as de aves cresceram 19%. Além disso, a demanda por soja brasileira superou a dos Estados Unidos.
Esse cenário tem gerado preocupações no setor agropecuário dos Estados Unidos. Caleb Ragland, presidente da Associação Americana de Soja, fez um apelo público para que o presidente Donald Trump negocie um acordo urgente com a China, já que o país asiático tem restringido a entrada de carne bovina dos EUA e também limitado a importação de soja, trigo, milho e sorgo americanos.