A diminuição gradual da testosterona em homens, que começa por volta dos 40 anos, é menos discutida que a menopausa feminina, mas provoca sintomas significativos como cansaço, fadiga, irritabilidade, sudorese e dificuldade de ereção. Esse declínio é chamado de DAEM (Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino), e estima-se que homens com 60 anos tenham cerca de 25% menos testosterona do que tinham antes dos 40.
Segundo especialistas, apenas homens com níveis hormonais abaixo da faixa normal e que apresentem sintomas relacionados devem receber reposição de testosterona, que pode ser aplicada por gel diário ou injeções intramusculares a cada 15 dias ou a cada três meses. Para homens mais jovens que desejam ter filhos, uma alternativa é o citrato de clomifeno, que estimula a produção natural de testosterona sem prejudicar a fertilidade.
O uso abusivo ou sem indicação da testosterona envolve riscos à saúde, como hipertrofia da musculatura cardíaca, alterações hepáticas, acne, queda de cabelo, infertilidade e agravamento de cânceres de próstata ou mama. Fernando Facio, coordenador do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia, alerta que a reposição não substitui hábitos saudáveis, como atividade física e alimentação equilibrada, que podem retardar os sintomas do DAEM.
Estudos indicam que cerca de 20% dos homens acima de 40 anos apresentam queda nos níveis de testosterona, mas apenas uma parcela menor, entre 6% e 12%, apresenta os sintomas do hipogonadismo. Segundo especialistas, a busca pelo tratamento ainda é menor entre homens, que costumam se adaptar aos sintomas e não procuram ajuda, diferentemente das mulheres, que realizam prevenção contínua e tratamento hormonal, o que contribui para maior expectativa de vida feminina.