O ex-ministro dos Transportes da Rússia, Roman Starovoit, foi encontrado morto com um ferimento de bala, poucos dias após ter sido exonerado do cargo pelo presidente Vladimir Putin. Segundo investigações preliminares divulgadas pelo Comitê Investigativo da Rússia, a principal hipótese é de suicídio. Uma arma de fogo pertencente ao ex-ministro foi encontrada ao lado do corpo.
O corpo de Starovoit estava próximo ao seu carro, um Tesla, em uma área de vegetação perto de um parque nos arredores de Moscou. A informação foi inicialmente divulgada pelo jornal russo Izvestiya e confirmada por outras agências de imprensa locais, que citam fontes policiais. No entanto, há divergências sobre o local exato onde o corpo foi encontrado.
Roman Starovoit assumiu o Ministério dos Transportes em maio de 2024, após governar por quase cinco anos a região de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia. A demissão, oficializada por decreto de Vladimir Putin, não foi acompanhada de justificativas públicas.
A saída repentina de Starovoit e sua morte levantaram suspeitas, sobretudo entre observadores internacionais e analistas políticos, dado o histórico de mortes misteriosas de autoridades e empresários ligados ao governo russo nos últimos anos. O caso foi destacado em episódios anteriores do podcast “O Assunto”, da Globo, como parte de um padrão de mortes não esclarecidas envolvendo figuras públicas do regime Putin.
Fontes da agência Reuters indicam que o cargo de Starovoit já vinha sendo considerado instável, não por sua atuação no setor de transportes, mas por escândalos de corrupção ocorridos em Kursk. Após sua saída do governo regional, algumas autoridades locais foram presas por abuso de poder, e o novo governador, Alexei Smirnov, foi acusado de desvio de recursos militares em abril deste ano.
Em substituição, Putin nomeou Andrei Nikitin como ministro interino dos Transportes. A nomeação foi acompanhada de fotos oficiais divulgadas pelo Kremlin, nas quais o novo ministro aparece apertando a mão do presidente. Segundo o porta-voz Dmitry Peskov, Nikitin foi escolhido por suas “qualidades profissionais e experiência” para liderar uma pasta considerada “extremamente importante”.
As circunstâncias exatas da morte de Starovoit ainda estão sendo investigadas, e o Kremlin não comentou se o caso será tratado como crime ou se permanecerá sob a hipótese de suicídio.