Em uma ação rápida e precisa de apenas sete minutos, ladrões invadiram o Museu do Louvre, em Paris, na manhã de domingo (19), e roubaram oito peças da coleção de joias e pedras preciosas da Galeria de Apolo, local que abriga relíquias da realeza francesa. As peças são avaliadas em milhões de euros. Nenhum visitante ou funcionário ficou ferido.
A invasão ocorreu por volta das 9h30 (horário local), cerca de meia hora após a abertura do museu. Segundo a Promotoria de Paris, quatro criminosos participaram do assalto. Dois deles utilizaram um guindaste acoplado a um caminhão para alcançar uma janela voltada ao Rio Sena e invadir o prédio. Já dentro do museu, quebraram vitrines e recolheram as joias antes de fugir em motos, auxiliados pelos comparsas.
De acordo com as autoridades francesas, nove peças foram levadas, mas uma já foi recuperada — danificada — nas imediações do museu. Entre os itens ainda desaparecidos estão:
Coroa da imperatriz Eugênia, com quase 2.000 diamantes e safiras;
Colar da rainha Maria Amélia, com 600 diamantes e oito safiras do Sri Lanka;
Conjunto de colar e brincos da imperatriz Maria Luisa, adornado com 32 esmeraldas e 1.138 diamantes;
Broche de 2.634 diamantes da imperatriz Eugênia, comprado pelo Louvre em 2008 por € 6,72 milhões (cerca de R$ 42 milhões).
O item mais valioso do acervo, o diamante Regent — de 140 quilates e estimado em US$ 60 milhões —, não foi levado.
Até o momento, ninguém foi preso. As autoridades analisam as imagens das câmeras de segurança e interrogam funcionários para apurar se houve cumplicidade interna, já que os invasores usavam coletes amarelos semelhantes aos de trabalhadores do museu.
A promotora Laure Beccuau afirmou que todas as hipóteses estão sendo consideradas, incluindo a possibilidade de encomenda por um colecionador ou envolvimento do crime organizado. “Hoje em dia, tudo pode estar ligado ao narcotráfico, dadas as somas envolvidas”, declarou.
O presidente Emmanuel Macron classificou o caso como “um ataque ao patrimônio nacional” e prometeu empenho total na recuperação das joias. “Recuperaremos as obras e levaremos os responsáveis à Justiça”, disse em publicação na rede X.
A ministra da Cultura, Rachida Dati, confirmou que ninguém ficou ferido durante o assalto.
Visitantes que estavam no museu relataram momentos de pânico e correria. A brasileira Aline, que filmava o interior da Galeria de Apolo no momento da invasão, registrou o som das batidas na janela e o início da evacuação. “De repente, uma funcionária gritou para sairmos correndo. O museu tinha acabado de abrir”, contou.
Outro turista, Danilo, relatou o tumulto nos corredores. “Vimos uma multidão correndo em direção às escadas rolantes, tentando sair do prédio.”
O Museu do Louvre é o mais visitado do mundo, com nove milhões de visitantes anuais, 80% deles estrangeiros. O local abriga ícones da arte mundial, como a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, e esculturas como Vênus de Milo e Vitória de Samotrácia.
O museu já foi alvo de outro grande roubo em 1911, quando a Mona Lisa desapareceu por dois anos após ser levada por um ex-funcionário, Vincenzo Peruggia.
As autoridades francesas seguem em busca dos criminosos, enquanto o Louvre permanece temporariamente fechado ao público para investigações e reforço da segurança.