Um dia depois de a reunião entre Vladimir Putin e Donald Trump ser adiada, o Kremlin divulgou um vídeo mostrando o general Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior russo, informando Putin sobre testes com armas nucleares. Segundo o governo russo, os lançamentos envolveram mísseis intercontinentais, disparados de bases terrestres, submarinos e aeronaves.
As manobras incluíram armas capazes de atingir os Estados Unidos e foram interpretadas por analistas como um novo recado de Moscou ao Ocidente. Durante toda a guerra na Ucrânia, Putin tem recorrido a demonstrações de força nuclear para alertar Kiev e seus aliados. Coincidentemente, a Otan também conduziu exercícios nucleares neste mês.
Enquanto isso, a Suécia anunciou um acordo de intenção para fornecer caças Gripen à Ucrânia, reforçando o apoio militar europeu a Kiev. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que espera adquirir ao menos 100 aeronaves, elogiando o Gripen como uma alternativa mais acessível em relação ao F-35 americano. Pilotos ucranianos já testaram os jatos em território sueco.
O exercício militar russo ocorreu em meio à tensão diplomática após o adiamento da reunião entre Putin e Trump. A cúpula, que seria realizada na Hungria, foi adiada depois de uma conversa telefônica entre diplomatas na segunda-feira (20). Segundo a Casa Branca, Trump não pretende se encontrar com o líder russo “no futuro imediato”, afirmando que não quer “ter uma reunião desperdiçada”.
Apesar disso, o Kremlin afirmou que os preparativos continuam, ainda que sem data definida. “É necessária uma preparação completa antes disso, e isso leva tempo”, declarou o porta-voz Dmitry Peskov.
Fontes citadas pela Reuters indicam que o impasse surgiu após a Rússia reiterar suas condições para um acordo de paz, exigindo o controle total da região de Donbas — algo que contrasta com a proposta recente de Trump, que sugeria negociações com base nas linhas de frente atuais.
O vice-ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, afirmou à agência RIA que não poderia confirmar se Moscou transmitiu oficialmente suas exigências a Washington. Enquanto isso, o governo americano estaria concentrado na próxima viagem de Trump à Ásia, adiando qualquer tentativa de reaproximação imediata entre as duas potências.