O Parlamento japonês elegeu nesta terça-feira (21) Sanae Takaichi como a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra do Japão, encerrando um período de três meses de indefinição política após a saída de Shigeru Ishiba. A votação, realizada em sessão extraordinária em Tóquio, foi confirmada pela agência Associated Press (AP).
Ex-ministra dos Assuntos Internos e da Segurança Econômica, Takaichi defende uma política fiscal expansionista para impulsionar a quarta maior economia do mundo. Segundo a AP, ela deve compor um gabinete com aliados do veterano político Taro Aso, uma das figuras mais influentes do Partido Liberal Democrata (PLD).
A nova premiê assume sob forte pressão interna, com a missão imediata de controlar a inflação e apresentar, até o fim do ano, um pacote de estímulos capaz de reverter o descontentamento popular. Apesar de fazer história como a primeira mulher a liderar o governo japonês, Takaichi não tem entre suas prioridades pautas de igualdade de gênero ou diversidade.
Com posições firmemente conservadoras, ela rejeita o casamento entre pessoas do mesmo sexo, é contrária à adoção de sobrenomes diferentes por casais e defende que a sucessão imperial continue restrita aos homens.
Discípula do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, assassinado em 2022, Takaichi deve manter a linha política de seu mentor, com foco no fortalecimento das Forças Armadas, no crescimento econômico e na revisão da constituição pacifista. No entanto, analistas apontam que sua base de apoio ainda é frágil, o que pode limitar sua capacidade de implementar essa agenda.