Foto: Arquivo pessoal
Thursday, 26 de June de 2025 - 14:48:01
Sarah Borges recusou Medicina na USP para estudar Psicologia nos EUA e se destacou como a melhor aluna da turma de 2025
BRASILEIRA TEM A MAIOR NOTA DA TURMA EM HARVARD E VAI PARA DOUTORADO EM CAMBRIDGE

A brasileira Sarah Borges, de Goiânia, alcançou um feito inédito: foi a primeira brasileira a conquistar o Sophia Freund Prize, prêmio destinado ao aluno com a nota mais alta da turma de formandos da Universidade de Harvard, em 2025. A honraria, concedida com o título summa cum laude, reconhece a excelência acadêmica entre quase dois mil estudantes.

Aos 26 anos, Sarah escolheu Harvard em vez de cursar Medicina na USP, onde havia sido aprovada junto à irmã gêmea. “Gostava de Medicina, mas queria fazer pesquisa, explorar filosofia e sociologia. Meu interesse não era tanto em atender pacientes”, explica. A decisão abriu portas: após se formar em Psicologia, foi aceita com bolsa integral para o doutorado em Psiquiatria na Universidade de Cambridge, Inglaterra.

Sarah embarcou sozinha para os EUA em 2021, após um ano sabático durante a pandemia. Nesse período, manteve-se ativa em Goiânia com voluntariado, organização de curso de Enem para uma ONG, e até tentou aprender violão. Em Harvard, morou no campus em um sistema de residências semelhante ao de Harry Potter e participou de várias atividades extracurriculares, como ser guia turística e tutora de alunos mais novos.

Na graduação, envolveu-se com temas variados — de ciência política a budismo — até se encontrar na psicologia social. “Vi que era aquilo que eu queria estudar. Me permitia juntar ciência, comportamento humano e impacto social”, disse.

Sarah também presenciou de perto os efeitos das políticas anti-imigração do governo Trump nos EUA. “Ver discursos querendo tirar estudantes estrangeiros das universidades me entristece. Talvez eu tenha aprendido mais convivendo com colegas de outros países do que nas próprias aulas.”

De família de classe média e estudante de colégios privados com bolsas parciais, ela se destacou desde cedo em olimpíadas científicas e simulados, mas só considerou estudar fora do Brasil no último ano do ensino médio, com apoio da ONG BRASA e da Fundação Estudar.

Com a bolsa Gates Cambridge, uma das mais concorridas do Reino Unido, Sarah agora se dedica a uma pesquisa sobre saúde mental de jovens brasileiros. O foco é entender o impacto dos serviços públicos na vida escolar, social e emocional dos adolescentes. Ela embarca para o doutorado em setembro.

“Quero aproveitar a vida ao máximo. Cada escolha abre um caminho diferente — e esse está apenas começando.”

Texto/Fonte: G1