Uma imagem de satélite da missão Copernicus Sentinel-3, divulgada neste fim de semana, revelou temperaturas extremas na superfície terrestre e no mar Mediterrâneo, resultado de uma onda de calor que atinge o sul da Europa. Os dados foram coletados no sábado (29) e mostram temperaturas muito acima da média em países como Espanha, França, Itália, Grécia e Turquia.
A cidade de Sevilha, no sul da Espanha, lidera os registros com uma temperatura na superfície de 54 °C. Em Zaragoza e Béziers (França), os termômetros marcaram 47 °C. Madri e Roma chegaram aos 45 °C, enquanto Foggia, no sul da Itália, atingiu 49 °C.
O calor não se limita à terra firme. No mar Mediterrâneo, o mar Tirreno chegou a 28 °C na superfície, enquanto o mar Egeu marcou 23 °C — valores consideravelmente acima da média histórica para o mês de junho. As informações foram divulgadas pelo Serviço de Monitoramento Marinho do programa europeu Copernicus.
Os registros mostram a temperatura da superfície da Terra, medida diretamente pelo instrumento do satélite, e não a temperatura do ar, como ocorre nas previsões meteorológicas. Por isso, os números são mais elevados — superfícies como asfalto ou solo seco absorvem e retêm muito mais calor do que o ar ao redor.
Segundo especialistas, o fenômeno responsável pelo calor extremo é um sistema de alta pressão atmosférica estacionado sobre a região, conhecido como “domo de calor”. Ele age como uma cúpula, retendo o ar quente e seco próximo ao solo, o que intensifica o calor a cada dia.
Esse sistema tem puxado ar ainda mais quente do Norte da África conforme se desloca para o leste, o que deve manter as temperaturas elevadas nos próximos dias. Meteorologistas preveem máximas acima dos 40 °C em diversas regiões afetadas.
A onda de calor reforça os alertas climáticos para a região e coincide com outras preocupações globais relacionadas ao aquecimento do planeta, como o derretimento do gelo no Ártico, cuja primeira ocorrência total pode acontecer já em 2027, segundo estudo recente.