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Quarta, 29 de dezembro de 2021 - 10:12:56
Secretário condena eventos de Réveillon durante surto de gripe
SURTO GRIPAL
Gilberto Figueiredo diz temer colapso no sistema de saúde e pede prudência a municípios

O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, fez nesta terça-feira (28) um alerta aos municípios e à população para o risco da disseminação das variantes da Covid-19 e da Influenza em razão das aglomerações nas festas de fim de ano.

Figueiredo apontou a imprudência dos municípios que insistem em flexibilizar as regras para promoção de festas de Réveillon, muitos deles pequenos e sem estrutura de saúde adequada para suportar uma epidemia da gripe H3N2, por exemplo.

“As farmácias estão colapsando no que diz respeito ao fornecimento de medicação para tratamento da Influenza, as unidades de saúde estão superlotadas e há municípios pequenos, que têm pequena estrutura de atendimento à atenção básica de saúde promovendo eventos dessa natureza”, criticou.

 

É uma certa incoerência. Quando estamos praticamente com uma nova epidemia acontecendo, eventos sendo realizados como se nós estivéssemos em um paraíso

“É uma certa incoerência. Quando estamos praticamente com uma nova epidemia acontecendo, eventos sendo realizados como se nós estivéssemos em um paraíso”, reclamou o secretário.

Um exemplo é Chapada dos Guimarães (a 65 km de Cuiabá), que, ao contrário da Grande Cuiabá, vai fazer uma grande festa da Virada de Ano, com direito a show nacional com a banda Araketu, durante uma epidemia de gripe.

A Unidade de Pronto Atendimento do município atendeu mais de 200 pessoas por dia com suspeita da gripe H3N2 e a providência tomada pela Secretaria de Saúde do Município foi pedir à população para que, quem tiver sintomas de gripe, não compareça ao evento.

Segundo Figueredo, com a realização desse tipo de evento sem controle sanitário algum, o sistema de saúde dos principais municípios – onde a população corre em busca de atendimento – ficará sobrecarregado em breve.

“É triste verificar que no momento em que nós tivemos um grande sacrifício para controlar a pandemia [da Covid-19], agora estamos vendo flexibilizações imprudentes Brasil afora”, disse.

Figueiredo afirmou que, neste momento, o Estado está de mãos atadas, uma vez que o controle da H3N2 é uma obrigação de atenção básica de saúde, que é atividade dos municípios.

“O Estado não tem nesse momento o que fazer. Cada município, à luz da sua situação, tem que adotar as medidas necessárias”, disse.

O secretário ressaltou que o Governo não é contra o Ano Novo ou o Carnaval e que os eventos seguirão existindo, mas que é necessário agir com prudência.

TV Chapada

Surto de gripe - Chapada

UPA de Chapada dos Guimarães registrou aumento de atendimento de casos de gripe

“O que estamos sugerindo é contenção, prudência na realização. Quem de nós não vai passar o Réveillon? Vai passar em casa, com a família. Mas estamos sugerindo que não haja grandes eventos, grandes festas, com aglomeração de pessoas, que já está comprovando que não há controle sanitário nenhum”, salientou.

 

“Basta ir aqui perto de Cuiabá no final de semana para ver as pessoas praticamente sem nenhuma proteção. E aí o vírus vai se dissipando, vai aumentando, e vai trazendo mais angústia a toda a população”, completou.

 

Vacina só em 202

O secretário explicou ainda que é preciso respeitar a gravidade da H3N2, uma vez que se trata de uma cepa que a vacina contra a Influenza não foi produzida para atender.

“A vacina deve chegar à disposição da rede básica de saúde, no Plano Nacional de Imunização, lá pelo mês de maio do ano que vem”, previu.

“Então, as pessoas que tomaram a vacina da Influenza têm uma certa proteção, mas não contra essa variante, que é uma infecção respiratória que pode trazer consequências mais graves e, tal qual a pandemia, sobrecarregar o sistema de saúde”, disse.

De acordo com Figueiredo, é importante que as medidas tomadas para conter a Covid-19 também sejam tomadas para conter a Influenza, para evitar novo colapso do sistema público de saúde.

“Que as pessoas tenham prudência, continuem utilizando a máscara, evitando aglomeração, para que não volte a colapsar o sistema de saúde, porque na atenção básica, onde essas pessoas vão ser atendidas inicialmente, já está colapsando”, afirmou.

 

Texto/Fonte: LISLAINE DOS ANJOS-MIDIA NEWS