O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, afirmou que atualmente os pacientes com Covid-19 que procuram os hospitais já chegam em um estágio tão avançado da doença que praticamente pulam as enfermarias, causando a superlotação das unidades de terapia intensiva (UTIs).

A afirmação foi feita em entrevista à Rádio Capital FM, na manhã desta segunda-feira (08).

“Temos um número substancial ainda de leitos de enfermaria disponíveis, mas faltam leitos de UTI. Porque as pessoas estão iniciando o tratamento não de forma precoce e chegam já em estado bastante grave nas unidades hospitalares, ao ponto de praticamente pularem a enfermaria e necessitarem irem direto para UTI”, disse.

Segundo Figueiredo, o Estado possui cerca de 500 leitos de UTI exclusivos para atendimento aos casos do novo coronavírus e está trabalhando para abrir mais, mas não consegue acompanhar a evolução da doença.

Temos hoje aproximadamente 500 leitos de UTI. Isso é muito substancial, mas não ao ponto de acompanhar a velocidade da disseminação do vírus no Estado

“Infelizmente, a velocidade com que a infecção começa a assolar no Estado de Mato Grosso – não muito diferente dos demais estados do país, com essas novas variantes – tem sido muito grande a ponto de ter uma demanda maior do que a nossa capacidade hospitalar”, disse.

“Temos hoje aproximadamente 500 leitos de UTI. Isso é muito substancial, mas não ao ponto de acompanhar a velocidade da disseminação do vírus no Estado”, completou.

O secretário confirmou o pedido de ajuda feito no final de semana a secretários de Saúde de outros estados, mas salientou que o quadro atual é preocupante em todo o país.

“Todos os estados estão com dificuldade. Nessa situação hoje já está difícil a todos os colegas secretários de ajudarem um ao outro”, afirmou.

Sem plano B

Ele afirmou que, diante da negativa de leitos SUS disponíveis nas demais unidades da federação para socorrer aos mais de 50 pacientes que se encontram na fila de espera por uma UTI, o Governo trabalha para tentar ampliar as unidades hospitalares “até exaurir a nossa capacidade”.

“Não se trata de plano B, sempre tivemos o plano A. Vamos abrir mais leitos de UTI e de enfermaria, mas estamos encontrando as dificuldades que o País encontra, que são profissionais habilitados para isso”, afirmou.

Tem mais pacientes de Cuiabá internados na Santa Casa e no Metropolitano do que dentro dos hospitais do governo municipal que oferta leitos. Isso é incongruência

Conforme Figueiredo, um novo processo seletivo para contratação de novos profissionais da saúde já foi lançado e o Estado também publicará editais para contratar empresas que possam fazer oferta de mais serviços especializados.

Além disso, a Pasta irá estimular os prefeitos a ampliarem os leitos de enfermaria para melhorar o tratamento inicial, para não deixar agravar. Em Cuiabá, por exemplo, ele criticou a existência de 50 leitos de enfermaria bloqueados no Hospital Referência para tratamento da Covid-19, o antigo Pronto-Socorro da Capital.

“[Esses leitos] precisam com urgência urgentíssima voltar a operar. Tem mais pacientes de Cuiabá internados na Santa Casa e no Metropolitano do que dentro dos hospitais do governo municipal que oferta leitos. Isso é incongruência”, criticou.

O secretário salientou que há necessidade de tomada de ações mais efetivas para melhorar a assistência nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, sob pena da situação – que já é preocupante – piorar ainda mais.

“Não há razão para nesse momento, em que nós temos crescente número de casos em Mato Grosso, leitos que são escassos hoje estarem desocupados por falta de estrutura de funcionamento”, ressaltou.