A Secretaria de Estado de Justiça (Sejus) realizou 405 operações de revista em unidades prisionais de Mato Grosso no primeiro semestre deste ano e retirou 2.387 aparelhos celulares do sistema penitenciário. As ações integram o Programa Tolerância Zero contra Facções Criminosas, lançado em novembro passado, com foco na redução da criminalidade e fortalecimento da segurança nos presídios.
Segundo o secretário Vitor Hugo Bruzulato, os resultados refletem o trabalho intenso da Polícia Penal e dos servidores da Sejus. “As operações e os novos equipamentos de segurança estão surtindo efeito. Vamos continuar atuando com firmeza para garantir tranquilidade à população mato-grossense”, afirmou.
Além dos celulares, foram apreendidos 907 chips de telefonia, 4.805 porções de entorpecentes, 1.072 carregadores, 248 armas artesanais e até 27 drones. Em 16 das 41 unidades prisionais do Estado não foram encontrados celulares durante as revistas. Em outras sete, foi encontrado apenas um aparelho por unidade.
O enfrentamento às facções também passa por maior controle do acesso às unidades. Entre janeiro e junho, oito advogados foram flagrados tentando entrar com materiais ilícitos ou procurações falsas. Em um dos casos, um advogado escondia 1.200 cigarros sob o forro do paletó. Em outro, foi identificado tentando entregar maconha disfarçada dentro de uma caneta a um preso de segurança máxima. Todos os casos foram comunicados à OAB.
A intensificação das revistas e mudanças nos protocolos de segurança resultaram também na queda expressiva no número de fugas: de 35 no primeiro semestre de 2024 para 13 no mesmo período deste ano — uma redução de 62,85%.
Dezesseis unidades mantiveram desempenho positivo ao não registrar celulares apreendidos, enquanto operações simultâneas vêm se consolidando como estratégia eficaz. Entre a primeira e a última dessas ações, houve redução de 81,5% nos celulares apreendidos — de 173 para 32.
“Estamos fechando o cerco contra o crime organizado dentro dos presídios. A qualificação dos policiais penais e o planejamento estratégico têm sido decisivos nesse enfrentamento”, concluiu Bruzulato.