O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou em nota que a Casa analisará “no momento oportuno” a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF). A manifestação ocorre após Messias divulgar uma carta dirigida ao senador, oferecendo-se ao “escrutínio constitucional” e ressaltando a importância do diálogo institucional.
Nos bastidores, aliados de Alcolumbre avaliam que ele recebeu positivamente o gesto do indicado, mas não estabeleceu qualquer cronograma para a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Parlamentares ouvidos acreditam que o processo pode se prolongar, com possibilidade de ocorrer apenas em 2026.
A escolha de Messias pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anunciada na última quinta-feira (20), frustrou parte do Senado que esperava a indicação de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apoiado por Alcolumbre para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso, aposentado antecipadamente em outubro. Para assumir o posto, Messias ainda depende da formalização da indicação por Lula, de uma sabatina na CCJ e da aprovação da maioria no plenário.
De acordo com a TV Globo, a mensagem presidencial ainda não chegou ao Senado, e o relator da CCJ não foi definido. Aliados do presidente da Casa confirmam que não há movimentações relacionadas ao processo, o que reforça a percepção de que a tramitação deve ser lenta. Interlocutores afirmam ainda que Messias solicitou uma reunião com Alcolumbre, mas não obteve resposta.
Na carta dirigida ao senador, o advogado-geral enfatiza o papel institucional de Alcolumbre e o descreve como um “autêntico líder do Congresso”, destacando momentos em que foi acolhido pelo presidente do Senado ao longo da carreira.
A nota divulgada pela Presidência do Senado reafirma que “cada Poder da República atua dentro de suas próprias atribuições” e que o procedimento será conduzido com normalidade, garantindo a cada parlamentar a liberdade para avaliar e votar a indicação, respeitando o equilíbrio entre as instituições.