A semeadura do milho para safra 20/21 em Mato Grosso finalizou na última sexta-feira (02). No entanto, os trabalhos nas lavouras ocorreram de forma atrasada em todo o processo, devido ao atraso na semeadura da soja, que consequentemente refletiu na postergação da colheita no estado.
Assim, nesta safra 45,34% das áreas foram cultivadas fora da janela ideal para a cultura (considerada até o dia 28 de fevereiro pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária – IMEA).
Já entre as regiões, a centro-sul e sudeste tiveram maior percentual de áreas semeadas fora do período, com 70,15% e 59,41%, respectivamente.
Com isso, é importante ressaltar que, historicamente, áreas cultivadas após a janela da semeadura ficam mais suscetíveis ao estresse hídrico e correm maior risco de terem suas produtividades negativamente afetadas.
Por fim, cabe destacar que os volumes de chuva nas próximas semanas serão de grande importância para a determinação da produção na safra atual.
Preço em Mato Grosso
O preço do milho disponível em Mato Grosso vem alcançando patamares recordes. Na última semana as cotações do cereal atingiram a marca de R$ 72,36/sc.
Dentre os fatores observados na semana, a divulgação trimestral das perspectivas de plantio do milho nos EUA pelo USDA teve grande influência no preço da CMEGroup e consequentemente no estado – os números vieram abaixo do esperado pelo mercado.
Além disso, a alta no dólar, a redução da produção esperada do milho primeira safra no Brasil somado a semeadura tardia em Mato Grosso continuam sendo importantes fatores de alta no estado.
Portanto, tendo em vista a atual conjuntura de fatores, as incertezas sobre a produção do milho safrinha em âmbito nacional e, principalmente, as previsões climáticas com baixos índices pluviométricos para as próximas semanas no estado, sigam sendo sustentados em Mato Grosso.
O indicador Imea-MT apresentou elevação de 0,66% em relação à semana passada, seguindo fatores altistas. Assim, o preço médio do milho disponível ficou em R$ 71,29/sc.
Na CME o contrato corrente registrou elevação de 0,36% em relação à semana passada. Assim, as cotações encerraram em média de US$ 5,53/bu.
Seguindo a alta no dólar e os preços na CME-Group, o contrato corrente na B3 se elevou 1,90% em relação à semana anterior e fechou a média semanal, cotado a R$ 95,11/sc
Após vários estados decretarem o lockdown somados às incertezas da retomada econômica, o dólar apresentou valorização de 2,1% no comparativo semanal, ficando cotado a uma média semanal de R$ 5,72.