O presidente do Sindicato dos Profissionais da Área Instrumental do Governo (Sinpaig-MT), Edmundo Cesar, afirmou na manhã desta segunda-feira (24), após reunião com membros do Fórum Sindical, que estão descontentes com a proposta de isenção de desconto previdenciário aos aposentados e não descartam a realização de greve em Mato Grosso. Ele também revelou o descontentamento com o pagamento de 2% da Revisão Geral Anual anunciados pelo Governo do Estado na folha de maio.
Segundo Edmundo, os servidores públicos vão exigir a regra federal, ou seja, isenção total até o teto do INSS, que é R$ 6,4 mil. “A Reforma da Previdência não está da forma que queremos, querem proteger, com razão, quem ganha até R$ 9 mil e exonerar R$ 3,3 mil. Mas, há muita insatisfação, pois tem muita gente que ganha R$ 9,1 mil, por exemplo. Quem ganha acima de R$ 9 mil vai ficar nesse novelo que está hoje e quem ganha até esse valor vai desonerar até R$ 3,3 mil. Na mensuração, diz que atende até 60% dos aposentados”, afirmou Edmundo.
O presidente do Sinpaig ainda cita a proposta de isenção aos aposentados que possuem doenças raras. Segundo ele, houve um decréscimo em número de isentos. “Pelo modelo antigo, era até o dobro do teto da Previdência. Eles tiraram isso. Hoje os aposentados por doença incapacitante descontam 14% sobre o que excede o salário mínimo. Uma tremenda sacanagem que o governo faz”, avalia.
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Em relação à Revisão Geral Anual (RGA), o governador se comprometeu a pagar 2% referente ao ano 2018, na folha salarial de maio. Entretanto, Edmundo afirma que, desde 2018, os servidores tiveram "perdas salariais" de mais de 21%.
Ele disse que a categoria cobra, pelo menos, os 6,19%, acordados em lei aprovada no ano de 2018, ainda na gestão de Pedro Taques.
“Nós estamos sem receber RGA desde 2018, a perda desse período é de 21,19% e o governo propõe 2%, que o Tribunal de Contas falou. Nós não estamos aceitando esse posicionamento do governo e nós queremos receber ao menos a lei 10.572/2017, que é 6,19%. Esse é o índica de 2018 que tem que ser pago para os servidores públicos do executivo”, declarou.
DIÁLOGO OU GREVE
Na reunião, Edmundo César criticou o Governo do Estado pela falta de diálogo. Segundo ele, os secretários de Estado não recebem os sindicalistas para debater os anseios das categorias e buscar uma solução para as reivindicações.
“O governo do estado simplesmente trancou as portas da Casa Civil e secretariado, pois não tem argumento para se defender contra nós. Talvez nós vamos fazer pressão na porta da Casa Civil, pois o cara é obrigado a nos atender, pois vivemos em um país democrático, querendo ou não”, contou.
Edmundo César colocou que, a partir desta segunda, o Fórum Sindical irá intensificar as agendas para pressionar o Governo. Ele comparou que as pautas são tão importantes quanto o combate a pandemia e que, a categoria, não deve se esconder na pandemia. "Vamos pro pau. Mas os servidores tem que entender que pandemia e atrocidades do governo é a mesma coisa", assinalou o sindicalista, sem descartar a possibilidade de greve geral.