A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou Washington César Braga da Silva, conhecido como Grandão, como o homem responsável por gerenciar as operações do tráfico no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio. Apontado como o “síndico da Penha”, ele atua como uma espécie de administrador da facção Comando Vermelho (CV), segundo investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).

De acordo com os investigadores, Grandão organiza as escalas de segurança dos pontos de venda de drogas, coordena pagamentos aos traficantes, define regras de conduta interna, traça estratégias de defesa territorial e controla o fluxo financeiro da quadrilha. Ele também dá ordens diretas aos soldados do tráfico e orienta sobre pontos de contenção armada, incluindo trincheiras em áreas de mata.

Durante uma recente operação, tanto Grandão quanto o traficante Edgar Alves de Andrade, o Doca, conseguiram fugir do cerco policial. O grupo atua de forma hierarquizada e fortemente armada, com Grandão sendo o responsável até mesmo por determinar quem faz a segurança de Doca.

As investigações revelaram ainda que Grandão impõe normas de comportamento aos criminosos, inclusive em momentos de lazer. Em mensagens enviadas por aplicativo, ele proibiu o porte de armas em festas no campo de futebol da comunidade, além de vetar bebidas alcoólicas. A medida, segundo os investigadores, buscava evitar constrangimentos aos moradores.

As determinações valiam para todos os níveis da facção — de gerentes a vapores (vendedores de drogas). O caso reforça o nível de organização e disciplina interna imposto pelos líderes do tráfico na Penha, que atuam com controle semelhante ao de uma estrutura empresarial.