O Supremo Tribunal Federal (STF) negou o pedido de suspensão do julgamento em tribunal do júri do produtor rural Jackson Furlan, acusado de matar a engenheira agrônoma Julia Barbosa de Souza, de 28 anos, em novembro de 2019, em Sorriso, a 420 km de Cuiabá.
A decisão foi em sessão do plenário virtual que aconteceu de 11 a 18 de fevereiro. O acordão foi publicado nesta quinta-feira (3).
O julgamento estava previsto para acontecer no dia 27 de agosto de 2021. Entretanto, como os recursos da defesa estavam em análise, houve a suspensão do julgamento na Justiça Estadual.
Agora, deve ser marcado o júri novamente pela Justiça Estadual.
Desta vez, os ministros da 2° Turma do STF decidiram seguir o relator, ministro Ricardo Lewandowski, e votaram por negar provimento ao agravo regimental, ou seja, pela validade da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que determinou a manutenção do julgamento.
"A decisão ora atacada não merece reforma ou qualquer correção, pois os seus fundamentos harmonizam-se estritamente com a jurisprudência desta Suprema Corte", disseram os ministros no acordão da decisão.
Este é o segundo recurso negado ao produtor pelo Supremo em 90 dias. Em dezembro, o ministro Ricardo Lewandowski negou o pedido de Habeas Corpus para a liberação de Furlan. Ele está preso desde o dia 10 de novembro de 2019, quando se entregou na Delegacia Municipal da cidade. Ele foi denunciado por homicídio qualificado.
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Julia Barbosa de Souza, de 28 anos, era passageira da caminhonete dirigida pelo namorado dela em Sorriso — Foto: Instagram/Reprodução
Julia Barbosa estava em Sorriso a passeio. Ela morava na cidade de Cornélio Procópio, no Paraná.
De acordo com a polícia, a vítima estava com o namorado na casa de amigos se preparando para voltar ao Paraná. Ela pediu ao namorado um chocolate antes da viagem e os dois foram até uma conveniência para comprar.
A engenheira estava em uma caminhonete, junto com o namorado, na noite de 9 de novembro de 2019.
Conforme a Polícia Civil, o casal teria sido perseguido depois de ultrapassar outra caminhonete. Quando foi ultrapassado, Jackson Furlan teria ficado irritado. Ele buzinou diversas vezes e queria que o casal parasse o veículo.
Eles foram perseguidos pelo motorista até que, em determinado momento, o suspeito sacou uma arma e disparou. O tiro atingiu a cabeça da vítima.
O namorado da jovem socorreu a vítima até um hospital e a polícia foi chamada. Ela não resistiu e morreu na unidade de saúde. Segundo a polícia, Jackson não tinha passagens pela polícia.