A publicação de uma mensagem nas redes sociais por Eduardo Bolsonaro, na qual o deputado licenciado agradece publicamente ao ex-presidente Donald Trump pelas novas tarifas contra produtos brasileiros, é vista pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como um agravante em sua situação jurídica. Ministros da Corte afirmam que, ao assumir a articulação por trás do tarifaço, o parlamentar produziu provas contra si.

Além da postagem feita na noite da última quarta-feira (10), a carta divulgada por Trump em que ele justifica a medida como resposta à "caça às bruxas" contra Jair Bolsonaro e seus aliados fortaleceu, segundo integrantes do STF, a linha de investigação que apura o envolvimento de Eduardo em ações que visam desestabilizar o Estado Democrático de Direito.

Atualmente nos Estados Unidos e afastado do mandato, Eduardo Bolsonaro é alvo de investigações por suspeita de obstrução de apurações envolvendo organização criminosa. A Justiça investiga se ele estaria agindo para interferir no governo norte-americano em favor de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, com o objetivo de minar processos judiciais relacionados à tentativa de golpe de Estado.

No governo brasileiro, a resposta às tarifas de 50% anunciadas por Trump ainda está em debate. A medida, que afeta diretamente produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, provocou reações no Planalto e acendeu alertas sobre os impactos econômicos e diplomáticos da decisão.

Diante desse novo quadro, interlocutores do STF afirmam que Eduardo Bolsonaro pode vir a ser julgado antes mesmo das eleições de 2026. Caso seja denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e condenado por um colegiado como o Supremo, o deputado poderá ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, o que o tornaria inelegível para cargos públicos.