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Quarta, 27 de maio de 2020 - 17:03:12
STF: bolsonarista de MT teria sido financiado por empresários
GERAL
Morador de Sinop, Marcelo Stachin é um dos alvos de operação deflagrada nesta manhã

O ativista bolsonarista Marcelo Stachin – alvo da Polícia Federal nesta quarta-feira (27) – teria sido financiado por um grupo de empresário para espalhar “fake news” com o objetivo de ofender e atacar membros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A suspeita sobre o financiamento consta no inquérito aberto pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, do qual Marcelo é um dos alvos. Na manhã desta quarta-feira (27), a Polícia Federal chegou tentar cumprir um mandado de busca contra ele, mas não encontrou seu endereço.

“Os documentos e informações juntados até o momento aos autos fornecem sérios indícios da prática de crimes, dentre outros investigados, por [...] Marcelo Stachin [...]”, diz trecho do inquérito (veja documento na íntegra Aqui).

Segundo Moraes, provas colhidas e os laudos técnicos apontaram para a existência de uma associação criminosa – chamada “Gabinete do Ódio” – criada para a disseminação de notícias falsas (fake news) e ataque a autoridades e instituições.

Essa organização, segundo o ministro, seria financiada por um grupo de empresários – que inclui o dono da empresa Havan, Luciano Hang – que atuaria de maneira velada para os integrantes.

 

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Marcelo Bolsonarista

O empresário bolsonarista Marcelo Stachin, investigado pelo STF

“Ressalte-se, também, que toda essa estrutura, aparentemente, estaria sendo financiada por empresários que, conforme os indícios constantes dos autos, inclusive nos depoimentos dos parlamentares federais Nereu Crispim, Alexandre Frota e Joyce Hasselmann, atuariam de maneira velada fornecendo recursos – das mais variadas formas –, para os integrantes dessa organização”, escreveu o ministro na decisão que ordenou os mandados de busca e apreensão.

No despacho, Alexandre de Moraes relaciona 11 perfis no twitter que seriam apontados como principais disseminadores de ofensas e notícias falsas com o objetivo de desestabilizar as instituições e a independência dos poderes.

“Os investigados apontados na manifestação do Magistrado Instrutor teriam, em tese, ligação direta ou indireta com a associação criminosa e seu financiamento, pois, avaliando-se o teor de seus pronunciamentos e procedimento de divulgação em redes sociais, notam-se indícios de alinhamento de suas mensagens ilícitas com o suposto esquema narrado pelos parlamentares ouvidos nestes autos”, escreveu o magistrado.

Dentre os supostamente financiadores de conteúdo difamante e ofensivo ao STF, estão, além de Luciano Hang, os empresários Edgard Gomes Corona, Reynaldo Bianchi Junior e Winston Rodrigues.

  Rressalte-se, também, que toda essa estrutura, aparentemente, estaria sendo financiada por empresários que, conforme os indícios constantes dos autos, [...] atuariam de maneira velada fornecendo recursos – das mais variadas formas –, para os integrantes dessa organização

Postagens nas redes

Há quatro dias, em seu instagram, Marcelo postou uma frase dita pelo ministro da Educação Abraham Weintraub em reunião ministerial com o presidente Jair Bolsonaro no dia 22 março. "Eitaaa Abraham Weintraub. Nosso Orgulho nesse car#%@!", disse o ativista.

Na reunião, o ministro disse: "Por mim, eu colocava esses vagabundos tudo na cadeia... Começando pelo STF".

No início deste mês, Marcelo participou de um vídeo em que o bolsonarista Paulo Felipe convoca a população para invadir o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), em manifestações antidemocráticas na Praça dos Três Poderes em

Busca e apreensão

 

Na ação de hoje, a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão em Mato Grosso, Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Entre os alvos estão o ex-deputado federal Roberto Jefferson, o empresário Luciano Hang, o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP) e blogueiro Allan dos Santos. Os quatro são aliados do presidente Jair Bolsonaro. 

Em Mato Grosso, os agentes da PF chegaram a ir a um endereço indicado no mandado de busca e apreensão, no entanto, o imóvel não pertence mais a Marcelo. Ele, no entanto, se apresentou voluntariamente a PF nesta manhã.

O ministro determinou a busca e apreensão de computadores, “tablets”, celulares e outros dispositivos eletrônicos, “bem como de quaisquer outros materiais relacionados à disseminação das aludidas mensagens ofensivas e ameaçadoras”.

Ele ainda determinou o bloqueio de contas em redes sociais, tais como Facebook, Twitter e Instagram, dos investigados.

“Necessário para a interrupção dos discursos com conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática”, argumentou Alexandre de Moraes.

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