O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta terça-feira (22), retomar as investigações contra Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), no caso que apura a tentativa de golpe de Estado e os crimes de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

A decisão foi tomada pela Primeira Turma da Corte, que acompanhou o voto do ministro Alexandre de Moraes. Segundo Moraes, há indícios suficientes para que as apurações sobre o papel de Valdemar sejam reabertas. O ministro destacou que o dirigente teve envolvimento com o núcleo de desinformação da chamada trama golpista, responsável por disseminar ataques ao sistema eleitoral.

A Polícia Federal (PF) já havia indiciado Valdemar, mas ele não chegou a ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O inquérito apontou que o líder do PL teria financiado e incentivado campanhas de desinformação sobre a segurança das urnas eletrônicas, alimentando narrativas infundadas sobre fraudes no processo eleitoral.

Durante o julgamento, Moraes também mencionou a ligação entre o PL e o Instituto Voto Legal, responsável por elaborar relatórios falsos sobre as urnas. Esses documentos foram usados para justificar o pedido de verificação extraordinária dos votos feito pelo partido, o que levou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a aplicar uma multa milionária à legenda.

O ministro considerou parcialmente procedente a denúncia da PGR contra Carlos Rocha, técnico responsável pelos relatórios, defendendo sua condenação por organização criminosa e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

Com a decisão do STF, a investigação sobre Valdemar Costa Neto será reaberta, e a Polícia Federal deverá aprofundar as apurações para determinar se o presidente do PL também cometeu os mesmos crimes atribuídos ao núcleo central da trama.