Foto: Otmar de Oliveira
Tuesday, 24 de August de 2021 - 14:28:24
Stringueta diz que existe interferência na Polícia Civil de MT
DEPOIMENTO NA CORREGEDORIA
O delegado-geral foi procurado, por meio da assessoria, mas até agora não comentou sobre o posicionamento de Stringueta. 

O delegado Flávio Stringueta afirmou que existe interferências políticas dentro da Polícia Civil de Mato Grosso. A declaração foi dada logo após seu depoimento na Corregedoria da Polícia Civil nesta terça-feira (24) no inquérito solicitado pelo prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB).  

Segundo Stringueta, a convocação se deu após sua declaração na imprensa de que o governador do Estado poderia interferir no cargo de delegado-geral da PC, hoje ocupado por Mário Demerval.  "Interferência política nos meios policiais ela existe. E o cargo do delegado-geral ele é do governador, e o governador não tem obrigação de manter o delegado-geral pelo decurso dos dois anos que é o mandato que a gente tem na nossa lei", disse.  

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"E se o delegado-geral quiser ficar no cargo ele tem que atender a pedidos do governador. Tem pedido que são uma ordem. A possibilidade de ter havido interferência política nesse caso é bem concreta", completou.  

Emanuel Pinheiro acusa o governador Mauro Mendes (DEM) de usar as Delegacias Fazendária e de Combate à Corrupção - Defaz e Deccor,  para atingir a gestão na Prefeitura de Cuiabá.  Dados levantados pelo jornal A Gazeta no mês passado, mostram que em 3 anos a administração do governador Mauro Mendes não foi alvo de nenhuma das operações de combate à corrupção e esquemas criminosos realizadas pela Defaz e Deccor.  

No mesmo período em que Mauro Mendes passou por poucos percalços, o prefeito de Cuiabá e seu rival política, foi alvo de 7 grandes operações policiais.    

Stringueta também reafirmou que irá prestar depoimento à Comissão de Segurança Pública da Assembleia, que o convocou para prestar esclarecimentos sobre o mesmo assunto.  Além dele, os delegados Lindomar Tofoli e Anderson Veiga, também prestarão esclarecimentos.

Os dois foram retirados da Defaz em dezembro de 2019 pela direção da PJC, sem nenhum argumento plausível. "Eu só acho que não é normal o que aconteceu com eles, não é usual. A retirada de um de delegado titular de uma delegacia tão importante com outro delegado assim. Como não foi usual a minha saída da GCCO com os dois delegados. Você sempre mantém alguém ali com experiência pra trocar experiência com aquele que entra. É assim que funciona, sempre funcionou", disse ao lembrar sua saída da GCCO após ter escrito um artigo criticando o Ministério Público Estadual (MPE).

O delegado-geral foi procurado, por meio da assessoria, mas até agora não comentou sobre o posicionamento de Stringueta. 

Texto/Fonte: Pablo Rodrigo