As exportações de ovos do Brasil para os Estados Unidos aumentaram mais de 800% entre janeiro e abril deste ano, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A alta expressiva é reflexo da autorização, em vigor desde 2 de fevereiro, para que os EUA importem ovos brasileiros destinados ao consumo humano — antes, os embarques eram restritos à indústria pet norte-americana.
O crescimento da demanda americana está ligado ao surto de gripe aviária nos EUA, que afetou severamente a produção local e elevou os preços a patamares recordes. O Brasil, por sua vez, mantém o controle sanitário e não registra casos da doença em granjas comerciais, o que reforça a confiança internacional na segurança da produção nacional.
De janeiro a abril, o Brasil exportou 13 mil toneladas de ovos, um aumento de 133,8% na comparação com o mesmo período de 2024. A receita obtida chegou a US$ 28,3 milhões — alta de 152,6%. Só em abril, foram exportadas 4,3 mil toneladas, avanço de 271% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Os Estados Unidos lideraram as compras, com 2,8 mil toneladas embarcadas em abril e receita de US$ 6,3 milhões. O Japão vem em seguida, com 371 toneladas (+298,9%) e US$ 777 mil em faturamento (+299,7%). Também se destacaram México (242 t), Chile (638 t), Uruguai (83 t), União Europeia (22 t) e Libéria (15 t), com variações positivas em volume e, em muitos casos, também em receita.
Segundo Ricardo Santin, presidente da ABPA, o desempenho indica uma "recomposição estratégica da pauta exportadora", com penetração crescente em mercados exigentes e perspectiva de fluxos comerciais sustentáveis.