A Polícia Federal revelou que o principal suspeito de assassinar o advogado Antonio Zampieri se passou por padre para se aproximar da vítima. Segundo fontes da investigação, ele estava vestido com trajes religiosos no momento do encontro, embora as circunstâncias exatas ainda não tenham sido divulgadas.

Zampieri, que atuava em casos de disputa por posse de terra, foi morto com 10 tiros em 2023, dentro do próprio carro, em frente ao seu escritório em Mato Grosso. A PF acredita que o crime foi planejado pelo grupo extremista Comando de Caça a Comunistas, Criminosos e Corruptos (C4) — uma organização formada por militares da ativa e da reserva, envolvida com espionagem, homicídios por encomenda e venda de sentenças judiciais.

Na operação realizada nesta quarta-feira (28), cinco suspeitos foram presos, incluindo:

• Aníbal Manoel Laurindo (produtor rural, apontado como mandante);

• Coronel Luiz Caçadini (militar reformado, acusado de financiar o crime);

• Antônio Gomes da Silva (autor dos disparos);

• Hedilerson Barbosa (fornecedor da arma);

• Gilberto Louzada da Silva (participação ainda sob investigação).

O grupo, segundo a PF, planejava espionar autoridades como ministros do STF, senadores e deputados, com preços fixados conforme o alvo:

• Ministros do STF: R$ 250 mil

• Senadores: R$ 150 mil

• Deputados: R$ 100 mil

• Pessoas comuns: R$ 50 mil

A organização utilizava carros com placas frias, drones, rastreadores, prostitutas e garotos de programa como iscas, além de manter um arsenal com fuzis, pistolas com silenciador, explosivos e minas magnéticas.

A investigação da PF também aponta ligação entre o grupo e um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, com repercussões que chegaram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A defesa dos envolvidos não se manifestou até o momento.