A tadalafila é um dos medicamentos mais vendidos no Brasil, especialmente após ganhar popularidade por menções em músicas e entre celebridades. No entanto, especialistas e órgãos de saúde alertam para os perigos do uso recreativo sem acompanhamento médico, prática que pode causar sérios riscos à saúde.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforça que a tadalafila é um medicamento sujeito à prescrição médica e deve ser usada somente após avaliação clínica individualizada. Automedicar-se com a substância pode trazer riscos graves, e a propaganda irregular do remédio é considerada infração sanitária, sujeita a multas.
Como funciona e para que serve
A tadalafila atua relaxando os vasos sanguíneos, aumentando o fluxo de sangue e facilitando a ereção durante a estimulação sexual. Além do tratamento da disfunção erétil, é indicada para:
Hiperplasia prostática benigna (HPB), para aliviar sintomas urinários, como jato fraco e necessidade frequente de urinar à noite;
Hipertensão arterial pulmonar (HAP), melhorando a capacidade funcional em pacientes com pressão elevada nas artérias pulmonares — embora não tenha sido incorporada ao SUS por custo e eficácia.
Crescimento das vendas e popularidade midiática
Segundo dados, a tadalafila foi o terceiro medicamento mais vendido no Brasil em 2024. Em 2020, foram comercializadas 21,4 milhões de caixas, subindo para 47,2 milhões em 2023. A música “Tadalafila”, de Os Barões da Pisadinha e Alanzim Coreano, viralizou, aumentando ainda mais o interesse, especialmente entre jovens.
Especialistas alertam que esse tipo de exposição pode incentivar o uso sem prescrição, o que representa um problema de saúde pública.
Uso inadequado em academias
Além disso, a tadalafila tem sido usada por frequentadores de academia, homens e mulheres, na tentativa de aumentar massa muscular. Porém, não há comprovação científica que sustente essa prática. Médicos afirmam que prescrever o remédio para esse fim configura falha ética.
Efeitos colaterais e contraindicações
O uso pode causar dor de cabeça, dores musculares, rubor facial, congestão nasal e indigestão. Em casos mais graves, pode provocar priapismo (ereção prolongada), perda de audição ou visão, queda de pressão e problemas cardiovasculares.
O medicamento é contraindicado para pessoas que usam nitratos, portadores de doenças cardíacas que contraindiquem a atividade sexual e indivíduos alérgicos à substância. Além disso, é contraindicada para quem não tem disfunção erétil.
Importância da prescrição médica
A tadalafila é medicamento de tarja vermelha, com uso controlado e sujeito a prescrição. O consumo sem avaliação médica pode mascarar doenças graves e levar à dependência psicológica. A orientação médica e farmacêutica é fundamental para garantir segurança e eficácia no tratamento.