O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, intensificou sua aproximação com Jair Bolsonaro e assumiu de vez o papel de pré-candidato à Presidência da República em 2026. Em ato pró-anistia realizado neste domingo (7) na Avenida Paulista, Tarcísio adotou o lema “Bolsonaro acima de tudo” e elevou o tom contra o Supremo Tribunal Federal (STF), chamando o ministro Alexandre de Moraes de “tirano”.

A postura chamou a atenção de magistrados da Corte, que interpretaram a estratégia como uma espécie de “vassalagem” ao ex-presidente em troca de apoio para disputar o Planalto. Segundo integrantes do STF, Tarcísio optou por uma jogada de “tudo ou nada” ao radicalizar sua retórica.

Nos bastidores políticos, aliados apontam que a candidatura do governador é articulada pelo presidente do PP, Ciro Nogueira, com apoio do centrão. A principal resistência estaria dentro do próprio bolsonarismo, especialmente de Eduardo Bolsonaro. Um interlocutor próximo ao governador, no entanto, afirmou: “Vai ser goela abaixo, porque o centrão está fechado com ele”.

Caso confirme a candidatura, Tarcísio deve migrar para o PL, presidido por Valdemar Costa Neto, que já declarou publicamente apoio ao seu nome. A composição da chapa segue indefinida e a vice deve ser negociada entre PP e União Brasil.

As críticas do STF também se estenderam a declarações de Tarcísio sobre os Estados Unidos. Ministros lembraram que medidas comerciais impostas por Washington prejudicaram principalmente São Paulo, e classificaram como contraditória a postura do governador.

Enquanto isso, Bolsonaro segue como peça central no tabuleiro da direita para 2026. No mesmo dia do ato em São Paulo, seu filho Flávio Bolsonaro, senador pelo Rio de Janeiro, defendeu a candidatura do ex-presidente.