O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), intensificou a articulação pela aprovação do projeto de anistia no Congresso Nacional. A estratégia inclui conversas com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com lideranças de partidos do Centrão, como Ciro Nogueira (PP) e Marcos Pereira (Republicanos). Este último já se reuniu com o governador nesta segunda-feira (1º), quando publicou nas redes sociais: “Café da manhã com o nosso governador Tarcísio de Freitas. No cardápio do dia: anistia”.
A movimentação ocorre em sintonia com a decisão do PL, liderado por Sóstenes Cavalcante (RJ), de priorizar novamente a pauta da anistia e levá-la à discussão entre líderes partidários nesta terça-feira (2).
Nos bastidores do governo, ministros próximos a Lula acreditam que há um “acordo secreto” entre Jair Bolsonaro e Tarcísio: em troca do apoio do ex-presidente à candidatura presidencial do governador em 2026, Tarcísio atuaria pela concessão de um indulto. Essa avaliação reforça a percepção de que ele desponta como o nome mais viável da direita para enfrentar o petismo nas próximas eleições.
Enquanto aliados dizem que Tarcísio é “totalmente a favor” da anistia e aposta que o projeto terá votos suficientes para ser aprovado, a oposição ao governo Lula avalia que sua entrada na articulação dá fôlego à proposta.
Do lado do Planalto, a ministra Gleisi Hoffmann (PT) classificou Tarcísio como “candidato fantoche que só pensa em servir aos interesses do seu chefe” e o acusou de não respeitar a Justiça e o Estado de Direito. Já aliados de Bolsonaro sustentam que qualquer candidato da direita concederia anistia ao ex-presidente e que Tarcísio só disputará o Planalto se houver um pedido explícito dele.