Em média, duas crianças ou adolescentes ameaçados de morte entram por dia no programa de proteção do governo federal. Nos cinco primeiros meses deste ano, 236 garotas e garotos tiveram que mudar suas vidas drasticamente para não serem mortos.
As ameaças são inúmeras, mas quase 80% dos casos estão relacionados a situações que envolvem tráfico de drogas e acerto de contas. Existem também registros de ameaças policiais, estupradores que foram denunciados, violência doméstica, entre outros.
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Yanka Romão / Metrópoles
A maioria dos participantes do programa é do sexo masculino. No ano passado, por exemplo, 73% de crianças e adolescentes ameaçados de morte que recorreram à iniciativa de proteção eram garotos.
No entanto, entre os casos de violência sexual, as vítimas costumam ser meninas. São garotas que precisam se esconder porque foram ameaçadas de morte pelo homem que denunciaram.
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O Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM) completa 20 anos em 2023. Ele foi criado no primeiro governo Lula e funciona dentro do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).
Nesse tempo, passaram pelo programa mais de 5 mil crianças e adolescentes ameaçados, além de 8,7 mil familiares dessas vítimas, já que também prevê a proteção da família.
Coordenadora-geral do PPCAAM desde 2020, Denise Avelino exemplificou ao Metrópoles casos de crianças cooptadas pelo tráfico de drogas e que são ameaçadas de morte quando decidem sair.
“É muito bacana quando você vê um menino que viveu na abrangência do tráfico e que consegue dar um novo significado para a vida dele em outro lugar. Esse menino deslancha, cresce, se insere rápido na nova comunidade”, avalia Denise.
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Entrar no programa de proteção por ameaça de morte significa uma grande mudança na rotina da vítima e da família dela.
As pessoas em risco precisam mudar para outras cidades e estados. Nos casos mais graves, há mudança de nome e identidade.