O presidente Donald Trump anunciou nesta quinta-feira (6) um acordo com as empresas Eli Lilly e Novo Nordisk para reduzir o custo dos medicamentos Zepbound e Wegovy, usados no tratamento da obesidade. Os dois fazem parte de uma nova geração de fármacos conhecidos como agonistas do receptor GLP-1, que ganharam popularidade nos últimos anos por ajudarem pacientes a perder até 22% do peso corporal.

Atualmente, o preço médio desses tratamentos chega a US$ 500 por mês (cerca de R$ 2,6 mil), o que limita o acesso da população. Segundo o governo, as novas medidas incluem expansão da cobertura pelo Medicare a partir do próximo ano e reduções graduais de preço também para pacientes sem plano de saúde. Caso aprovadas, as versões em comprimido dos medicamentos deverão custar US$ 149 mensais (cerca de R$ 800).

O anúncio faz parte do esforço do governo Trump para conter a alta nos custos de medicamentos e aliviar o impacto do custo de vida sobre os eleitores. Em maio, uma ordem executiva determinou que as farmacêuticas reduzissem voluntariamente os preços dos remédios cobertos pelo Medicaid, programa de saúde voltado a famílias de baixa renda, sob pena de sofrerem limites nos valores reembolsados pelo governo. Pfizer e AstraZeneca já haviam firmado acordos semelhantes.

Apesar das iniciativas, não está claro quanto da redução chegará ao consumidor final, já que os preços variam conforme a cobertura dos planos de saúde e a concorrência no mercado.

Os remédios atuam sobre hormônios que regulam o apetite e a saciedade, reduzindo o consumo calórico. Por serem indicados para tratamento contínuo, médicos alertam que a interrupção pode levar à recuperação do peso.

As farmacêuticas Eli Lilly e Novo Nordisk vêm registrando lucros recordes com a venda dos medicamentos. A Lilly informou que as receitas do Zepbound triplicaram em 2025, ultrapassando US$ 9 bilhões (R$ 48 bilhões).

Até agora, o Medicare cobre esses medicamentos apenas para pacientes com diabetes tipo 2 ou doenças cardiovasculares, mas não para controle de peso isoladamente. O antecessor de Trump, Joe Biden, chegou a propor uma mudança nessa política em 2024, mas a regra foi vetada pelo atual governo na primavera deste ano.