O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi recebido com aclamação no Parlamento de Israel nesta segunda-feira (13), onde foi tratado como herói nacional e principal aliado do país. Apesar da queda de popularidade em território americano, Trump consolidou-se como o político mais admirado em Israel, sendo celebrado por lideranças governistas e oposicionistas por seu papel na recente trégua com o Hamas.

Durante a sessão no Knesset, o presidente da Casa, Amir Ohana, chamou Trump de “gigante da história judaica”, enquanto o ex-premiê e líder da oposição, Yair Lapid, afirmou que o republicano “salvou a vida de muitos israelenses”. O presidente americano, por sua vez, agradeceu os elogios e exaltou o uso da força como instrumento legítimo para alcançar objetivos estratégicos.

Trump chegou a se intrometer em assuntos internos do país, pedindo ao presidente israelense Isaac Herzog que conceda perdão judicial ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, acusado de corrupção. “Quem se importa com essas acusações?”, declarou, arrancando aplausos da coalizão governista.

Em discurso de mais de uma hora, o líder americano transformou a tribuna do Knesset em um comício, exaltando as realizações de seu governo e atacando antigos rivais políticos. Foi agraciado com a Medalha de Honra Presidencial Israelense, o mais alto reconhecimento civil do país, e aproveitou o momento para se vangloriar de ter encerrado o conflito recente — que chamou de “oitava guerra” — e de ter promovido o retorno dos reféns.

No entanto, Trump evitou discutir detalhes sobre o plano de 20 pontos para a reconstrução de Gaza e não mencionou a solução de dois Estados. A visita reforçou a aliança entre Washington e Tel Aviv, com Netanyahu usando a popularidade do presidente americano a seu favor, mesmo sob pressão internacional por um cessar-fogo.

O premiê israelense, em tom de gratidão, elogiou efusivamente Trump, que, em contrapartida, fez questão de elogiar Lapid, principal adversário de Netanyahu. Com a guerra em Gaza tecnicamente encerrada e as eleições israelenses se aproximando, o presidente dos EUA tornou-se peça-chave na política local — e o mais poderoso cabo eleitoral do país.